Obter o perdão de Deus e se ver livre da culpa nem sempre é fácil, mas Cristo nos ajuda a compreender como isso é possível através da sua Palavra. Leia o texto para saber mais


Uma características marcante da doutrina cristã é o ensino do perdão. O plano salvífico de Deus para a humanidade foi construído e consumado através de Cristo baseado no perdão que recebemos da culpa por nossos pecados. Mas, ainda assim, muitos cristãos tem dificuldade de lidar com os erros do passado e a vergonha por isso acaba prejudicando a sua fé. No texto de hoje vamos tentar entender um pouco mais essa relação e como podemos buscar em Deus a força necessária para nos livrar do pecado.

O perdão exige confissão e renúncia

Para obter o perdão, precisamos primeiramente renunciar nosso orgulho em não querer reconhecer que estamos errados. Quem, entre nós, gosta de assumir erros? É sempre desconfortável dar o braço a torcer e dizer que erramos, porque isso representa, geralmente, um ideal de fracasso e vergonha. Invés disso, muitos preferem ignorar a busca pelo perdão em favor do orgulho, mesmo que isso custe o relacionamento com o próprio Deus.

É neste sentido que ganha importância a palavra renúncia, pois para que possamos ser perdoamos, precisamos renunciar tudo o que em nós é feito de orgulho, rebelião e revolta. Precisamos nos submeter a certeza de que nossos erros produziram mágoas e feridas, em nós mesmos e também nos outros. Essa posição de reconhecimento é que nos torna capaz de confessar diante de Deus e do outro que estamos errados.

Precisamos aprender a nos perdoar quando já fomos perdoados

Não é tão simples quanto parece. Muitos cristãos, após uma vida desregrada e repleta de erros, mesmo após terem confessados diante de Deus e até do próximo seus pecados, recebendo através de Cristo o perdão necessário para remissão, continuam carregando o peso da culpa. São pessoas emocionalmente machucadas, feridas “por dentro”, que embora espiritualmente libertas, permanecem psicologicamente fixas no passado.
Nem sempre há uma relação espiritual envolvida neste sentimento, como muitos imaginam. O que existe, de fato, são resquícios de situações vivenciadas que foram capazes de causar traumas tão profundos que é necessário um bom tempo para conseguir superar. Essas são as consequências dos que plantaram “na carne” e ainda colhem os frutos da corrupção. Afinal, o que fazer?
Para que o perdão nos liberte da culpa de forma definitiva, precisamos entender o ensino de Cristo, por exemplo, em Mateus 11: 28-30, como está escrito:
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.”
O perdão de Cristo está acompanhado de uma proposta fundamental para nos livrar da culpa: a substituição do fardo. O peso do pecado Cristo levou sobre si quando foi crucificado, sendo este sacrifício suficiente para nos livrar da culpa, mas um detalhe significativo é o responsável por impedir que alguns cristãos compreendam a importância desse sacrifício, ao ponto de não conseguirem se entregar por completo a Cristo e ficar livres do próprio fardo: a meritocracia!

Para obter o perdão e ser livre da culpa é preciso reconhecer que dependemos da graça de Deus

Na prática, isto significa que por nós mesmos jamais poderemos vencer a “natureza” pecaminosa que existe em nós, por isso dependemos exclusiva e totalmente da graça de Deus, seu amor e misericórdia para que sejamos salvos e libertos do pecado mediante a moradia do Espírito Santo em nossas vidas.
Quando passamos a reconhecer que não poderíamos oferecer nada de bom a Deus, porque como está escrito em Isaías 53:6; “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho”, e em Romanos 3:23; “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;”, sabemos que estávamos espiritualmente mortos diante de Deus. Sendo assim, como poderia um morto oferecer algo de bom para o Criador dos céus e da terra?
Depender da graça significa, portanto, reconhecer que o perdão de Deus não é fruto do nosso esforço em “acertar”, ser “bonzinho” ou “santo”, mas do sacrifício salvífico de Cristo, o Justo, Imaculado e Perfeito, pelo qual temos acesso ao Pai. Isso é o que justifica a continuação da passagem em Isaías, citada acima; “…mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de nós todos”.
Em outras palavras, não importa o quanto você volte ao passado e pense como poderia ter sido diferente se tivesse feito de outra forma, pois, na prática, sem aceitar a Cristo como único e suficiente salvador, o máximo que você poderia colher na vida atual seriam consequências diferentes, mas sua morte espiritual seria a mesma, pois não há mérito diante de Deus que faça Ele nos enxergar como “mais” ou “menos” pecadores.

O sacrifício de Cristo é o caminho para o perdão e a justificação

Diante de Deus, Cristo é o único parâmetro de santidade e justiça pelo qual Ele nos concede o perdão. Sendo assim, uma vez que você confesse seus pecados diante dEle, se arrependa e mude, Cristo faz valer o que está em 2 Coríntios 5:17, como está escrito: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.”
Portanto, se o teu desejo é obter o perdão e se ver livre da culpa, olhe para Cristo e aceite seu fardo (justificação), porque só assim você será uma nova criatura, espiritual e psicologicamente reconstituída para a glória de Deus.
Fonte: dicas.gospelmais.com.br