O ano de trabalho legislativo mal começou na Câmara Municipal de Araraquara (SP) e uma vereadora já causou polêmica ao se recusar a cumprir o regimento interno da Casa, e participar da leitura de um trecho da Bíblia durante a abertura dos trabalhos.
De acordo com a tradição na cidade do interior paulista, existe um rodízio entre os vereadores na leitura de um trecho do livro sagrado do cristianismo, religião predominante na cidade, estado e país.


Thainara Faria (PT), 22 anos, é estudante de Direito e exerce seu primeiro mandato. Ela se recusou a participar do rodízio e ainda fez sugestões quanto ao rito: “E se ao invés de chamarmos o vereador para ler um trecho da Bíblia, a gente chamasse um vereador para vir aqui e encarnar um caboclo e falar a palavra de outras religiões?”, questionou.
Em seu discurso, a vereadora afirmou que é católica, batizada e praticante, mas que se recusou à leitura da Bíblia porque “o Brasil é um Estado laico”, o que significa que o país deve ter “uma posição neutra no campo religioso”.
De acordo com informações do G1, a vereadora ainda acrescentou que a prática tradicional na Câmara de vereadores é equivocada: “Meus princípios e o princípio religioso que sigo têm que ser para ‘Thainara Faria’ pessoa. A vereadora tem que representar o povo. Eu não posso colocar meus interesses particulares e pessoais de religião no ambiente político, isso é um erro”.
Convicta de suas motivações, a vereadora sugeriu a leitura do alcorão, evangelho kardecista e outros, como forma de ampliar o leque de representatividade religiosa no momento de abertura das sessões na Câmara Municipal.
“É uma infelicidade que o povo não tenha conhecimento e domínio da lei, mas o legislador, o vereador, o parlamentar, era pra ter o conhecimento da lei e não fazer nada que ferisse a Constituição. A gente espera que o parlamentar conheça a Constituição, conheça os princípios do nosso país, mas eles não conhecem”, concluiu.
Fonte: noticias.gospelmais.com.br