Hades é o deus do mundo inferior e dos mortos, na mitologia
grega, mas há quem insista em usá-lo em lugar de hás de, a forma correta da
segunda pessoa do singular do presente do indicativo do verbo haver com a
preposição de. Percorra a fotogaleria para descobrir outros erros.
Socorremo-nos, para a realizar, do Dicionário de Erros Frequentes da Língua, de
Manuel Monteiro [ed. Soregra]
Este é um erro fatal e quando aparece escrito, por exemplo,
no mural de Facebook de alguém, constitui justa causa para desamigamento.
Estamos é a conjugação, no presente do indicativo, da segunda pessoa do plural
do verbo estar e é uma palavra só, sem hífen.
Derivado de. Devido a. Tão simples. António Lobo Antunes
teima em escrever «derivado a». Se assim fosse, teria de ser «a palavra
derivada ao étimo latino». Nem por efonia.
Não. À leva acento grave. Algumas pessoas teimam no acento
agudo, o que é uma injustiça para o grave, tão pouco usado na língua
portuguesa. À é das poucas palavras que o tem. Façam-lhe justiça.
Por vezes confunde-se o à com o há, sobretudo quando o verbo
haver é usado para descrever a passagem do tempo. Quando queremos dizer que foi
há pouco tempo, usamos o h, há, do verbo haver. Já se quisermos dizer que
precisamos de ir às compras, dispensamos o h e vamos.
Há o nome ou substantivo masculino grama, que é uma unidade
de medida de massa e há o nome ou substantivo feminino grama, conceito
semelhante a relva. Diz-se um grama, dois gramas, duzentos gramas.
«Destrocar» existe. É desmanchar a troca. Compra um bolo de
chocolate e tem um inseto lá dentro. Devolve o bolo. Opera uma destroca, ou
simplesmente, destroca. Deformação popular é empregar o verbo no sentido de
trocar notas por moedas.
Há dois anos, há quatro jogos, há duas aulas. Acaso seria
possível há duas semanas à frente ou ao lado?
A cerca media um metro.
O presidente recusa falar acerca de novas contratações.
Veja todas as notícias acerca do que se passa na Líbia.
Há cerca de doze anos, deixei de fumar.
«Beje é um erro ortográfico e beige é francês. A cor é bege.
Persistimos na confusão do adjetivo «bom» com o advérbio
«bem». «Estás bom?» e «estás boa?». A pergunta deve ser: «Estás bem?» Quem
utiliza o «bom» ou «boa» que faça o exercício de utilizar os antónimos:
«Estamos/passaste mau/má?». Quando expressamos assentimento, aquiescência,
digamos «está bem» - como dizemos «está mal» - e nunca «está bom».
Damos um conselho. Os ministros reúnem-se num conselho de
ministros. Temos conselhos científicos e outros orgãos colegiais. Temos os
concelhos de Loures, de Sintra, ou seja, a ideia de circunscrição territorial.
«Com certeza» - duas palavras. Com ou sem certeza. Não
existe «concerteza».
Para tudo e mais alguma coisa, os portugueses dizem e
escrevem «situação constrangedora». Constranger é impedir os movimentos,
comprimir, subjugar, coagir. Constrangido é que foi forçado, obrigado, coagido.
Confrangedor é aquilo que aflige, atormenta, angustia, «causa dor».
Despensa é o pequeno compartimento da casa onde guardamos os
produtos alimentares. Dispensa é o ato de dispensar, a permissão para não
executar um dever ou um trabalho.
«Desfolhar» é tirar folhas ou pétalas. Quem desfolha livros...
arranca as páginas. «Folhear» é ler apressadamente, virando as páginas com
ritmo acima da leitura normal.
Evacuam-se espaços. Não se evacuam pessoas. As pessoas
evacuam, claro está, no sentido de expelir excrementos. Etimologicamente,
evacuar é esvaziar. Em situações extremas, as pessoas são desalojadas.
«Fossemos» - lemos a primeira vogal como u - é do verbo
fossar, revolver a terra com o focinho. «Fôssemos» é do verbo ser e do verbo
ir. A importância de um acento circunflexo.
Os inimigos são figadais. O ódio é figadal. Oriundo do
fígado, profundo, íntimo. Fidagal não existe - temos «fidalgal», relativo a
fidalgo.
A política do Governo não foi de encontro às ideias da
tróica. Foi ao encontro das ideias da tróica. «Ir de encontro a» significa tão
só esbarrar fisicamente, implica colisão.
A palavra é «insossa». Insosso, do latim insulsu, «sem sal»
«sem sabor».
O termo em português é «inclusive», palavra latina que
entrou tal qual na língua portuguesa. O seu antónimo é «exclusive».
Tanto pode dizer «já» como «agora». Já agora é uma
redundância não-intencional, ou seja, um lugar comum.
Fonte: www.noticiasmagazine.pt
OLHO DE IPOJUCA - DICAS
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