Apesar da escassez de lançamento de seleções públicas federais neste ano, por conta da atual situação econômica, os concurseiros depositam suas esperanças em 2017, que promete ser um ano melhor para a abertura de vagas. É o que acredita o especialista em concursos e professor de administração financeira e orçamentária do IMP Concursos, Anderson Ferreira. Em entrevista ao Correio, o especialista elencou os possíveis editais a serem lançados ano que vem:

Agência Brasileira de Inteligência
Receita Federal
Câmara dos Deputados
Senado Federal
Controladoria Geral da União
Tribunal de Contas do DF
Câmara Legislativa do DF
Polícia Federal
Agência Nacional de Águas
Agência Nacional de Transportes Terrestres
Agência Nacional de Vigilância Sanitária
Ministério do Trabalho e Emprego
Secretaria da Fazenda do DF
Tribunal Superior Eleitoral
Superior Tribunal Militar

Para o professor, o que assegura a divulgação de novos concursos é a necessidade de reposição do quadro de servidores de cada órgão. "Mesmo em situações de crise econômica, o Estado precisa funcionar. A Administração Pública não se encontra em momento de expansão, mas necessita da recomposição do seu quadro de servidores, considerando a vacância por aposentadorias e falecimentos".

Ferreira afirma que a melhor maneira de se preparar hoje, diante da imprecisão do lançamento das seleções, é ter como base o edital passado do concurso que se tem interesse. "O candidato deve focar em uma carreira como, por exemplo, nas áreas administrativa, fiscal, policial ou jurídica e estudar com base nos últimos editais. Cerca de 80% a 90% do conteúdo tende a se repetir. O último regulamento é sempre o ponto de partida para programar os estudos".

Arriscar para conquistar
A preparação para concursos já não é nada fácil quando se é preciso seguir o edital lançado. Mas como é possível estudar quando a oportunidade está somente em fase de especulação?

A design de interiores, Gabriela da Nóbrega, conta que seu foco para 2017 é o concurso do Ministério Público da União, para técnico ou analista. Há dois anos a concurseira pernambucana veio para Brasília com o marido Abraão Pessoa, que havia sido aprovado no concurso do Serpro no cargo de analista de TI. Hoje ele é analista de sistema no MPU e é quem orienta Gabriela sobre a possibilidade de lançamento do certame e para a sua preparação.

Abraão acredita que o concurso do MPU sairá no ano que vem por ser um órgão grande e com bastante servidores se aposentando todos os anos. Para ele, o órgão ainda é imune ao ambiente de crise por ser independente, não subordinado ao poder Executivo. "O MPU sempre lança concursos quando acaba a validade da seleção anterior. É o órgão que eu escolhi para trabalhar depois de aprovação em 20 concursos públicos".

Gabriela se dedica somente aos estudos há um ano e meio, ocupando cerca de oito horas por dia com as disciplinas de direito constitucional, direito administrativo, português e informática. "Estou focada nos editais de concursos anteriores e na constante revisão de matérias que são comuns a todos os concursos".

Ela diz que tem dificuldade em encontrar concursos de sua área e que por isso viu vantagens em estudar concentrando seus esforços no futuro, mesmo sem muita certeza de que o concurso seja lançado. “No começo essa incerteza me afligiu. A gente quer tudo muito pra hoje. Mas ao longo dos estudos percebi que estou evoluindo não só para estar preparada para o concurso que escolhi, mas para qualquer outro que me interesse. Não posso parar. Assim, sei que sempre vou estar à frente. Vou estudar até conseguir”, anseia.

Já a tecnóloga em gestão ambiental Renata Garcia se programa para passar no concurso do Tribunal Regional do Trabalho do Amazonas, no cargo de técnico judiciário. Ela confessa que tem receio quanto à escolha que fez. “É tudo muito incerto com a crise econômica. Tenho medo de cancelarem os concursos e ter que pensar em outra alternativa”, desabafa.


Como forma de desapegar das preocupações, Renata investe intensamente nos estudos. “Faço planejamento de estudos diários com teoria, exercícios, realização de provas anteriores e revisões. Em dia de semana normalmente estudo em torno de quatro horas e nos finais de semana, seis horas. Também faço cursinho online e assisto vídeos na internet. Prefiro me dedicar primeiramente às matérias básicas que caem em todos os concursos e depois às matérias específicas, que geralmente tenho mais dificuldade”. 
Fonte: http://www.diariodepernambuco.com.br