É em casa, na prática, que aprendemos a respeitar, colaborar, perdoar... Saiba o que fazer para incorporar e praticar esses princípios no dia a dia

Reportagem: Mariana Viktor / Edição: MdeMulher

“A atitude consciente é a chave da harmonia, diz a psicóloga Heloísa Schauff
Foto: Getty Images
Qual é a receita da família feliz? Aquelas em que o entendimento, o respeito e a colaboração superam de longe os momentos de conflito? “A atitude consciente é a chave da harmonia”, afirma a psicóloga Heloísa Schauff, de São Paulo. “Em todo os lares há momentos de irritação e discordância. O que faz toda diferença é a forma com que os familiares agem diante dessas crises”, explica ela. A seguir, listamos os nove segredos fundamentais que funcionam como gatilhos para criar e preservar a harmonia familiar. Que tal experimentar?
1. Lazer
“Uma das características da família feliz é curtir juntos, aproveitando programas gostosos para conviver”, lembra Heloísa. Jogos de desafios, tabuleiro ou de cartas, cinema ou um filmezinho em casa, jantar temático, acampamentos, sarau literário, passeio a cavalo, sair para dançar, karaokê ou mesmo aquela viagem curtinha para a casa dos avós. Anotem as preferências de cada um, conversem sobre os programas e combinem de fazer uma vez por mês, incluindo vovô, vovó e parentes mais próximos – é mais divertido! Esses agitos familiares favorecem horas descontraídas, recarregam as baterias, fortalecem os vínculos familiares e ainda rendem um bom álbum de fotos!


2. Disponibilidade
Quando estamos em sintonia com nossos familiares, sentimos necessidade de algumas atitudes, como pequenas gentilezas que significam muito no dia a dia: deixar um bilhetinho de “boa prova” ou “boa reunião”, perceber quando a pessoa prefere ficar na dela ou precisa de um abraço. É fingir que está dando um “trato” no couro cabeludo só para fazer um cafuné. É sorrir, dizer uma palavra de incentivo, fazer um mimo, uma surpresa, mostrar que há vontade de estar junto. Mas a maior surpresa de todas é descobrir que, ao fazer isso sem esperar nada em troca, a gente sente o calorzinho desse afeto esquentando nosso peito, o que é muito gostoso e contagiante!
3. Diálogo
“É na família que aprendemos a colaborar, a competir, a ganhar e a perder. Esse aprendizado pode gerar traumas, rixas, violência, ou nos tornar mais fortes e confiantes – vai depender da solidariedade familiar”, avalia a mestre em psicologia clínica e terapeuta familiar Valéria Meirelles, de São Paulo. O segredo é um só: se colocar no lugar da pessoa, principalmente nos momentos de tensão, e dar força, estímulo e apoio. Isso não significa fazer pelo outro, mas dar espaço para que cada um seja ouvido e levado em conta. Conversar pode trazer grandes lições.
4. Respeito
“Sem regrinhas básicas de convívio, cada um leva em conta apenas a própria vontade, abrindo espaço para desrespeito e brigas”, avisa Heloísa. O filhão vai ouvir música alta quando a irmã estiver estudando, a televisão e o computador serão disputados no tapa, a louça suja sobrará de novo para a mamãe e todos terminarão o dia nocauteados pelo stress. Uma boa dica é fazer uma lista de tarefas e reunir a família para negociar. O que é bom para todos não é chato para ninguém.


5. Amizade
“Quando a convivência em casa é gostosa, receber os amigos dos familiares traz muitas vantagens”, diz Heloísa. São formados novos vínculos de amizade, evita-se o isolamento em um grupo fechado ou aquela solidão que bate quando a família não se integra socialmente, não cultiva amigos ou conhecidos. “Abrir-se para as relações, como conhecer melhor os pais dos amigos dos filhos, por exemplo, pode ser gratificante para descobrir pessoas interessantes. Sem contar que a casa fica mais alegre”, destaca.
6. Privacidade
Como você se sentiria ao flagrar alguém mexendo nas suas coisas? “Pode parecer bobagem, mas até uma criança pequena tem direito a ter as coisinhas dela preservadas do uso inadequado do irmão, por exemplo. Não há harmonia em família sem respeito à privacidade e sem que cada um conheça os limites entre o ‘meu’ e o ‘seu’”, diz Valéria. Embora a casa seja um ambiente coletivo, ter o próprio espaço é importante para construir a personalidade.
7. Doçura
Com tanta gente em casa, o que não falta é alguém para apontar as falhas alheias. A grande dica para fazer uma crítica é a intenção. Quando ela é amorosa, a pessoa escolhe a hora adequada, as palavras certas, o modo correto de criticar e, assim, o comentário vira uma observação inteligente e faz o outro refletir em vez de reagir. “Dizer coisas como ‘você é burro’ ou demonstrar hostilidade com silêncios e ironias são agressões que geram defesas e um clima ruim no lar”, diz Heloísa.
8. Tolerância
Mesmo que concordem em muita coisa, não existem duas pessoas iguais – com interesses, temperamentos e valores idênticos. Cada ser humano é a combinação única disso tudo. “Reconhecer a essência de quem convive conosco gera respeito pelas diferenças, cria oportunidades de diálogo e de trocas e ainda nos dá jogo de cintura para conviver com outras formas de ser e viver, mesmo fora de casa”, diz a psicóloga Heloísa Schauff. Quem entende a diferença torna-se uma pessoa interiormente mais rica.
9. Otimismo
Quando existe o costume de manter o foco no positivo, a família desenvolve flexibilidade, serenidade e coragem para lidar com os problemas. Por isso, os pais devem elogiar os filhos e ser autoconfiantes nos momentos difíceis – assim todos se fortalecem e tudo se resolve sem dramas. O oposto também vale: pais que vivem apontando defeitos dos filhos tendem a transformá-los em pessoas inseguras, que desistem fácil e logo se sentem derrotadas.
Fonte: mdemulher.abril.com.br

OLHO DE IPOJUCA
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