Categoria, que estava em greve desde a segunda (3), também recebe aumento de 8% no vale-refeição. Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região declarou paralisação como sendo não abusiva.

Reajuste dos rodoviários do Grande Recife foi decidido pelo pleno do Tribuntal Regional do Trabalho da 6ª Região (Foto: Wanessa Andrade/TV Globo)


pleno do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6) decidiu, durante reunião nesta quarta-feira (5), reajustar em 6% o salário dos rodoviários do Grande Recife, que estavam em greve desde a segunda-feira (3). Os desembargadores também votaram a favor do reajuste de 8% do vale-refeição da categoria. Com isso, motoristas, cobradores e fiscais voltam ao trabalho a partir da meia-noite da quinta-feira (6).
A reunião começou por volta das 14h15 e foi acompanhada por diversos motoristas e cobradores. O primeiro a falar foi o advogado que representa a Urbana-PE, Fernando Montenegro. Em seguida, foi a vez do representante dos rodoviários, João Batista Pinheiro de Freitas. Após as explanações, os desembargadores iniciaram a votação, momento em que houve divergências com relação aos percentuais de reajuste salarial propostos pelos empregados, de 7%, e pelos empregadores, de 4%.
Após a primeira discussão, o relator do caso, desembargador Fábio Farias, votou pelo reajuste salarial de 6% para a categoria. Dos 12 desembargadores presentes, nove acompanharam o voto. Houve, ainda, nove votos a favor da compensação salarial para os dias de greve.
De acordo com a desembargadora Dione Furtado, que presidiu a sessão, houve esforços para atender às duas classes. "O que pesou [na decisão] foi o sentimento de pacificação entre as classes trabalhadora e patronal. Esse sentimento foi demonstrado através do parecer do relator e dos votos dos demais desembargadores", explicou.
Ainda de acordo com Dione, o pleno entendeu, por unanimidade, que a paralisação da categoria não foi abusiva. "Houve notificação prévia da greve, tentativa de negociação frustrada e, por isso, as partes recorreram ao Judiciário. Por isso, no nosso entendimento, o desconto dos dias de greve seria uma forma de penalizar os trabalhadores, já que não houve ilegalidade", esclareceu a desembargadora.

Repercussão

Para o presidente do Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco, Benilson Custódio, o resultado agradou à categoria. "Estamos satisfeitos com o que foi discutido. Essa decisão mostra que, para a sociedade, a gente está demonstrando como fazer uma greve e correr atrás dos nossos direitos", afirmou, ressaltando, ainda, que os reajustes serão aplicados já neste mês de julho.
O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Urbana-PE) ainda pode recorrer da decisão ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília. Os advogados da Urbana-PE não falaram com a imprensa após o término da sessão. O G1 procurou a assessoria de comunicação do sindicato, que informou que a entidade ainda não decidiu se irá recorrer da decisão.

Entenda a paralisação

A greve foi iniciada na segunda-feira (3). Os rodoviários pediam, além de melhores condições de trabalho, o reajuste salarial de 7%. Além disso, queriam aumento de 20% no vale-refeição, cujo valor era R$ 225,38. Os donos das empresas, durante as negociações, ofereceram reajustes de 4% nos vencimentos dos trabalhadores, que eram de R$ 2.113 para motoristas de ônibus, R$ 971,97 para cobradores e R$ 1.366,40 para fiscais. Após os reajustes, os salários passam a ser de R$ 2.239,78 para os motoristas de ônibus, de R$ 1.030,28 para cobradores e R$ 1.448,38 para fiscais.
Durante os três dias de greve, a frota reduzida de ônibus que circulou pelas ruas da Região Metropolitana do Recife causou transtornos para os passageiros que aguardavam os coletivos em terminais integrados e paradas e afetou o comércio na área central da capital pernambucana, ainda que o TRT-6 tivesse determinado a circulação de 50% da frota de ônibus em horários de pico e de 30% nos demais horários. Devido à paralisação, algumas universidades decidiram suspender as atividades acadêmicas e o Terminal Integrado Pelópidas Silveira, em Paulista, chegou a ficar fechado.
Fonte: g1.globo.com/pernambuco


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