Condenado a nove anos e meio de prisão, petista saltou de 30% para 35%; pela primeira vez ele vence todos os adversários em um eventual segundo turno

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Sergipe - 20/08/2017 (Paulo Whitaker/Reuters)
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cresceu cinco
pontos percentuais e se isolou ainda mais na disputa pela Presidência da
República nas eleições de 2018. Segundo a pesquisa mais recente do Instituto
Datafolha, o petista acumula 35% das intenções de voto. Lula somou 30% no
levantamento anterior, feito em junho — antes da condenação a nove anos e seis
meses de prisão pelo juiz federal Sergio Moro.
A íntegra da pesquisa será divulgada neste domingo. A prévia
do estudo mostra que o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e a ex-senadora
Marina Silva (Rede) continuam empatados na segunda posição. Bolsonaro oscilou
entre 16% e 17%, enquanto Marina variou entre 13% e 14%. Os números
correspondem às medições feitas com Lula na disputa e são semelhantes aos
índices de junho.
Tanto o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, quanto o
prefeito paulistano, João Doria, somaram 8% das intenções de voto. Os tucanos
travam uma disputa pela indicação do PSDB para as próximas eleições
presidenciais. Alckmin manteve seu índice sem oscilações, enquanto Doria caiu
dois pontos percentuais na comparação com a pesquisa de junho. O resultado é
frustrante para o prefeito, que tem viajado pelo país para ampliar seu capital
político.
Outro ponto de destaque é o crescimento de Lula em todos os
cenários testados para um eventual segundo turno. Pela primeira vez o petista
vence todos os seus adversários — antes, ele empatava tecnicamente com Marina
Silva. A exceção é uma disputa com o juiz Sergio Moro, que nega ter pretensões
de disputar a Presidência. O juiz federal, responsável pela Operação Lava Jato
na primeira instância, continua empatado tecnicamente com Lula.
Incerteza
O crescimento de Lula nas pesquisas ocorre antes de Moro
decidir a segunda sentença do petista em um processo aberto na Lava Jato. O
petista prestou depoimento, no dia 13 de setembro, para tratar das acusações do
Ministério Público Federal de que teria recebido propinas de 13 milhões de
reais da Odebrecht. Foi nesse processo que o ex-ministro Antonio Palocci disse
que o ex-presidente mantinha um “pacto de sangue” com o empresário Emílio
Odebrecht, que teria acordado um “pacote de propinas” ao petista no final de
seu segundo mandato no Palácio do Planalto, em 2010.
Lula foi sentenciado por Moro, no dia 12 de julho, a nove
anos e seis meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de
dinheiro, no caso do tríplex do Guarujá. Além da condenação, o ex-presidente é
alvo de cinco ações penais – ou seja, já é réu – e três denúncias – é apenas
acusado
A condenação do ex-presidente será julgada pelo Tribunal
Regional Federal da 4ª Região (TRF4), responsável por avaliar as decisões da
Lava Jato em segunda instância. Se a sentença for ratificada, a candidatura de
Lula poderá ser barrada pela Lei da Ficha Limpa. Neste caso, o Datafolha diz
que o PT poderá ter dificuldades para eleger o próximo presidente. A pesquisa
feita pelo instituto diz que só 26% das pessoas admitem votar em um candidato
indicado por Lula.
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