O crescimento dos evangélicos no Brasil é um fenômeno social
consistente, com uma curva positiva acentuada nos últimos anos, de acordo com
apontamentos do Censo Demográfico realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE).
O ritmo, desde 1991, é alucinante, e coincide com a expansão
das denominações pentecostais e, principalmente, neopentecostais, que adotam
abordagem teológica divergente em certos pontos em relação às igrejas chamadas
“reformadas”, como por exemplo, presbiterianos, batistas tradicionais e
luteranos.
Em 1991, os evangélicos somavam apenas 9% da população
brasileira, contra 83% de católicos e 8% de pessoas que não seguem nenhuma
religião ou eram adeptos do espiritismo ou religiões afro.
Já em 2000, quando um novo Censo foi realizado, o IBGE
constatou que os evangélicos haviam crescido diante de um recuo dos católicos,
e naquele ano somavam 15% da população, contra 74% dos fiéis da igreja de Roma
e 11% de seguidores de outras crenças e/ou sem religião.
A atenção do país, incluindo a mídia, para o crescimento dos
evangélicos só aconteceu quando o Censo de 2010 revelou um aumento dos fiéis
das igrejas derivadas do protestantismo superior a 60%. Em uma década, saltaram
de 15% para 22%, somando aproximadamente 42 milhões de pessoas.
Nesse levantamento nacional, feito porta a porta pelo IBGE,
ficou registrado que os católicos haviam encolhido de 74% para 65%, o que
motivou ações do Vaticano, como as visitas ao Brasil dos papas Bento XVI, em
2007, e Francisco, em 2013, em uma tentativa de inflamar os fiéis da
denominação.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, pesquisas do
instituto Datafolha estimam que hoje, o contingente de evangélicos no país
chegue a 32%, um crescimento próximo dos 10% em sete anos. A população
brasileira, segundo o IBGE, soma 207,7 milhões de pessoas atualmente, o que
representaria que os evangélicos são 66 milhões de pessoas.
Confira um infográfico do Nexo Jornal que mostra, por
região, o crescimento dos evangélicos desde 1991 no Brasil:
Infográfico do Nexo Jornal, a partir de dados do IBGE, com colaboração de Elisa Rodrigues, professora da Universidade Federal de Juiz de Fora, e Rodolfo Almeida (arte).
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