Agenda prevê encontros com secretário de Estado dos EUA e primeiro-ministro da Hungria



Em seu segundo dia como presidente da República, Jair Bolsonaro passará a manhã de quarta-feira (2/1) tratando de temas internacionais. Serão quatro reuniões bilaterais: com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo; o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Souza; o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán; e o vice-presidente do Comitê Permanente da Assembleia Popular Nacional, Ji Bingxuan. A informação é do jornal O Globo.
O encontro com Mike Pompeo será de cortesia. O representante do governo dos Estados Unidos discutirá a situação política na Venezuela, na Nicarágua e em Cuba com o novo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que ocupa o cargo equivalente ao seu. O governo Bolsonaro será de fortalecimento das relações entre o Brasil e os EUA.
Nesta terça (1º), Pompeo se reuniu com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Com uma crise política interna em território Israelense, Netanyahu fez questão de vir ao Brasil – foi o primeiro chefe de Estado a confirmar presença na posse. Desde sua eleição, Bolsonaro confirmou a intenção de transferir a embaixada do Brasil de Tel-Aviv para Jerusalém.
Ainda conforme O Globo, chama atenção na relação de encontros bilaterais de Bolsonaro o primeiro-ministro da Hungria, um ultranacionalista anti-imigração e apoiador do presidente norte-americano, Donald Trump. Obán pretende manter um alinhamento com os chamados governos de direita, incluindo o do Brasil.
Bolsonaro também se reunirá com o vice-presidente do Comitê Permanente da Assembleia Popular Nacional da China, que representou o governo do país durante a posse. Os chineses são os principais parceiros comerciais do Brasil e estão em guerra comercial com os Estados Unidos: o novo presidente da República defende relações mais equilibradas entre os dois países. A China, portanto, espera se aproximar do novo mandatário brasileiro.
Ernesto AraújoDesde esta terça-feira, o novo chanceler brasileiro – que recebe oficialmente o cargo de Aloysio Nunes nesta quarta à noite – iniciou a rodada de conversas bilaterais, durante encontros com Mike Pompeo. Na lista de compromissos de Ernesto Araújo, há reuniões com autoridades de países como Angola, Polônia, Guiana, Sérvia, Singapura, Japão, Canadá, Coreia do Sul e Emirados Árabes Unidos, segundo a reportagem.
MercosulO jornal O Estado de S.Paulo, por sua vez, informa que Jair Bolsonaro e o presidente argentino, Mauricio Macri, devem se reunir no próximo dia 16. A data foi divulgada pelo ministro de relações exteriores do país vizinho, Jorge Faurie, durante entrevista à imprensa na saída do Itamaraty – ele representou Macri durante a posse.
O presidente argentino não veio a Brasília, mas enviou mensagem de apoio ao colega brasileiro pelas redes sociais: “Quero enviar meus melhores desejos a Jair Bolsonaro no dia que assume como presidente do Brasil. Nossos governos seguirão colaborando para a prosperidade de nossos povos”.
Questionado pela reportagem sobre os rumos do Mercosul, que já foi alvo de críticas da equipe de Bolsonaro, o ministro argentino lembrou que o acordo comercial tem mais de 30 anos de existência, sendo, portando, um pacto consolidado. “Temos que interpretá-lo à luz do que vivemos”, comentou Faurie. Ele disse ainda ver espaço para um aprimoramento nas relações bilaterais daqui em diante. O Brasil é um dos maiores parceiros comerciais da Argentina.
Durante a corrida eleitoral, o atual ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o Mercosul não será prioridade no governo Bolsonaro. “Você só negocia com quem tiver inclinações bolivarianas. O Mercosul foi feito totalmente ideológico. É uma prisão cognitiva”, disse à época.
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