O tempo em que profissionais de outras áreas, em busca de reforço orçamentário dominavam o setor imobiliário, ficou para trás. Mudanças recentes na legislação, como as que resultaram na revisão das leis do inquilinato, do condomínio e no Código Civil estão exigindo cada vez mais gente qualificada e com formação específica para atuar no setor em franca expansão. Também contribuiu para o fortalecimento desse novo perfil as transformações no setor, ao longo dos anos, fazendo surgir a figura do gestor imobiliário.

— É um profissional que, além da compra e venda, está preparado para atuar na administração e avaliação de imóveis, nos memoriais de incorporação, na administração de shoppings centers e de grandes condomínios — explica Fátima Santoro, coordenadora do curso de pós-graduação em Direito Imobiliário, da Universidade Veiga de Almeida (UVA).

Com trinta anos de experiência no setor, Cristiane Salles, faz parte de uma geração em que os profissionais aprendiam na prática. Ela diz que hoje a situação é bem diferente, principalmente no setor em que atua, que é na administração de grandes condomínios.

— Atualmente existem condomínios que são verdadeiras cidades e têm faturamento semelhante ao de uma grande empresa. Isso exige um profissional com conhecimento de legislação e tributação. O tempo de que o aposentado virava síndico ficou no passado. A atividade exige hoje um profissional qualificado e sempre atualizado como em qualquer profissão — afirma.

Segundo Fátima Santoro, o campo de atuação do gestor imobiliário é bastante amplo e carente de profissionais especializados. A formação se dá através de cursos tecnológicos, com duração de dois anos, que pode ser complementada com a pós-graduação. A UVA oferece as duas opções. Fátima diz ainda que quanto mais preparado, o gestor terá mais condições de atuar num cenário de crise.

— Quem tem mais conhecimentos e fez do negócio imobiliário uma profissão está mais preparado para enfrentar a crise — avalia.

Os salários na área partem dos R$ 3 mil, mas podem atingir somas maiores, levando em conta que os profissionais são remunerados por comissão. No mercado de compra e venda ela varia de 5% a 6% do valor do imóvel. Já na administração imobiliária, caso dos condomínios, pode ir de 8% a 10%, por unidade.

O profissional pode ainda abrir sua própria empresa e montar uma equipe de venda ou, no caso dos condomínios, oferecer serviços extras de regularização e avaliação imobiliária, além de montar equipes de manutenção predial, garantindo um atendimento diferenciado que ajudará a melhor ainda mais os seus ganhos.

Fonte: extra.globo.com