Embora a imagem de um universitário ainda esteja associado com jovens, recém-formados no ensino médio, o cenário está mudando. Na última década, o número de estudantes universitários com mais de 50 anos cresceu exponencialmente. Esta realidade pode ter várias causas e explicações. Mas definitivamente mostra que nunca é tarde para aprender e adquirir um diploma de ensino superior.
Existe idade certa para entrar na faculdade?
Essas informações que apontamos na introdução constam no Censo de Educação Superior, realizado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Nos dados relativos ao ano de 2017, o Censo mostrou que que houve um aumento de 73,7% de ingressantes no ensino superior a partir dos 50 anos em relação ao ano de 2010. A porcentagem é maior do que o índice gerais de ingressantes no ensino superior, que aumentou 45,6% no mesmo período.
Em relação ao índice de estudantes que concluem os seus cursos e adquirem o diploma universitário, o aumento é ainda maior. De acordo com dados correspondentes aos anos de 2009 a 2016 do Censo, houve um aumento de 81,2% dos formandos na faixa dos 50 anos. O número é muito superior ao aumento total de formandos, de todas as faixas etárias, que aumentou 59,6% no mesmo período. Assim, com esta grande diferença nos índices de formandos, podemos perceber que quando iniciam seus estudos, pessoas maiores de 50 anos têm maior probabilidade de terminar o curso e conquistarem seus diplomas. Podemos explicar esse número com diversos motivos. Uma maior estabilidade financeira e identificação com o curso escolhido são alguns dos motivos que podem explicar o número menos expressivo da evasão do ensino superior desta população.
Como resultado, independente do curso ou tipo de instituição podemos constatar um movimento de inclusão tardia no ensino superior que se consolidou nos últimos anos. O resultado são salas de aula cada vez mais diversas, uma vez que unem tanto adolescentes recém saídos do ensino médio, jovens e adultos com mais de 30, 40 e até mesmo maiores de 60 anos!
Educação à distância tem um número ainda maior de alunos maiores de 50 anos
A Educação à Distância (EaD) se expandiu entre as universidades particulares no Brasil durante a última década. E, de acordo com o Censo do Inpe, é esta modalidade que mais tem chamado a atenção de quem tem mais de 50 anos e está buscando uma formação superior.
Os resultados do Censo mostram que, em 2017, dos ingressantes maiores de 50 anos, 62,4% optaram por cursos à distância. Enquanto 37,5% preferiram os cursos presenciais. Um dos fatores que explicam a preferência dos cursos EaD por essa faixa etária é a flexibilidade nos horários. Esse fator facilita a adaptação das pessoas, especialmente aquelas que conciliam seus estudos com a jornada diária de trabalho. Por outro lado, esta escolha também pode ter relação com a dificuldade de se adaptar às salas de aula, que permanecem predominantemente jovens. Outro ponto levado em consideração é a dificuldade do transporte, especialmente nas grandes cidades. Por último, o financeiro também é um fator de peso na decisão de um curso à distância ou presencial. Os cursos EaD podem ter uma diferença de até 65% na sua mensalidade em relação aos cursos presenciais.
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Motivos para entrar na faculdade depois dos 50 anos
Se você tem mais de 50 anos e está pensando em ingressar na faculdade, separamos alguns (bons) motivos para você realizar este sonho. Realizar um curso superior pode trazer muitos benefícios e conquistas para você. Seja no campo pessoal como no profissional!
Mas, é claro que essa não é uma tarefa simples. Afinal, para aqueles que estão longe das salas de aula há muito tempo (ou para quem nunca as frequentou), a adaptação pode ser um desafio. Graduação e pós-graduação são cursos que exigem tempo e dedicação. Você irá fazer muitas leituras, entrará em contato com assuntos e tópicos novos. Poderá fazer contato com alunos de diversas faixas etárias e professores experientes.
1. Autorrealização
A educação superior é um sonho que não pode ser alcançado por boa parte da população durante a sua juventude. Afinal, por muito tempo, o ensino superior ficou restrito à uma camada específica da população. As necessidades de dedicar-se ao trabalho e ao cuidado da família manteve a formação como um sonho distante.
Atualmente, acesso às universidades foi ampliado, seja nas públicas ou nas privadas. Com isso, realizar o sonho da formação acadêmica que foi deixado de lado, pode ser realizado mesmo que tardiamente.
Dessa maneira, a autorrealização é o primeiro motivo para entrar na universidade depois dos 50 anos. Este é o momento para aprender algo que você sempre quis saber mais, se aprofundar em conhecimentos que você já tem e adquirir novos interesses.
2. Um aprimoramento na sua carreira
Voltar para a sala de aula depois dos 50 anos pode ser o primeiro passo para novas conquistas na sua vida profissional. Em muitos campos profissionais, especialmente aqueles focados em tecnologia, é normal que algumas habilidades fiquem desatualizadas com o passar do tempo.
Com isso, muitas empresas dão preferência por contratar novos talentos, ao invés de investir na atualização e qualificação de funcionários com mais experiência. Nessas circunstâncias, os funcionários mais velhos ficam em desvantagem. A universidade é uma ótima maneira de aprender novas habilidades e desenvolver aquelas já conhecidas. Permanecendo assim, um profissional atualizado e competitivo dentro do mercado de trabalho.
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3. Ou uma mudança profissional
Algumas pessoas, depois de uma longa experiência trabalhando em determinada carreira, percebem que não querem passar os próximos anos se dedicando a este ofício. Há ainda as pessoas cuja profissão está passando por mudanças, as carreiras que estão se tornando obsoletas devido ao emprego de novas tecnologias.
Assim, um curso universitário após os 50 anos pode significar um novo capítulo na vida profissional. E este capítulo pode ser diferente do que o anterior, com conhecimentos e habilidades novas para serem exploradas.
4. Manter-se ativo e saudável
O cérebro é como um músculo, que precisa ser exercitado para se tornar mais forte e permanecer assim. O aprendizado é uma maneira de exercitar o cérebro e as sua mais diversas funções. Mas, à medida em que a idade avança, a falta de estímulos pode prejudicar algumas das funções do cérebro. Como a memória e a agilidade do raciocínio, por exemplo.
Estudar nesta etapa da vida é manter-se ativo e saudável. É estimular a comunicação entre os nossos neurônios, que trocam mensagens e afetam o nosso sistema motor e sensorial, e que vão diminuindo com a idade. A leitura e outras atividades comuns aos estudos são práticas bastante indicadas para prevenir doenças degenerativas, como o Alzheimer e o Parkinson.
5. Novas amizades e possibilidades de socialização
Seja na modalidade presencial ou EaD, a universidade é o local ideal para conhecer pessoas novas. Você poderá ter contato colegas de sala que ainda estão chegando nos seus 20 anos. Assim como adultos na faixa dos 30, 40 e até mesmo outros que tenha idade muito próxima da sua. Com eles, você poderá fazer novas conexões e aprender sobre histórias e experiências diversas. Assim como compartilhar as suas! É um momento de sair da sua zona de conforto e se desafiar também nas suas relações sociais.
E quando pensamos nos professores, é bem possível que vários deles tenham a sua idade ou sejam mais velhos. Mas há também professores mais novos. Com a sua experiência, você poderá criar diálogos com os seus professores de forma mais fácil. No entanto, sem o nervosismo que muitos jovens teriam na mesma situação.
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