Heróis da História Brasileira
Na história do Brasil há vários personagens, homens e mulheres,
que tiveram alguma influência significativa para que este país evoluísse como
uma nação democrática. Assim, na História brasileira podem ser encontradas
grandes personalidades cujas vidas, em algum momento histórico, exerceram
influência para que o Brasil se desenvolvesse, no campo militar, civil ou
político, na economia, na educação, na saúde, no direito ou em outros campos.
É preciso manter a memória histórica para as novas gerações
conhecerem um pouco daqueles que viveram no passado histórico deste país e
permitiram que as novas gerações vivessem em um país democrático e livre. Esses
personagens raramente aparecem nos livros de História do Brasil. Nada mais
justo do que registrar seus feitos para que brasileiros conheçam suas
histórias. São personagens históricos pouco ou nada conhecidos na história do
Brasil. Eis alguns deles:
ADOLFO BEZERRA DE MENEZES (1831-1900) – O médico dos pobres
Médico, político, escritor e líder espírita brasileiro.
Nasceu em Riacho do Sangue , CE, formou-se em Medicina pela Faculdade do Rio de
Janeiro, em 1856. Tenente-cirurgião do Exército, vereador, deputado, membro de
inúmeras sociedades culturais da época e assíduo colaborador do jornal O País,
distinguiu-se sobretudo pela retidão do caráter e reconhecida generosidade:
coração boníssimo, exerceu a caridade de maneira notável, razão por que o
cognominaram o Médico dos Pobres. Publicou vários livros entre os quais A
escravidão no Brasil e medidas que convém para extingui-la sem dano para a
nação. (Fonte: Moderna enciclopédia brasileira, página 119)
ALVARENGA PEIXOTO,
Inácio José de, (1744-1793) – Um dos mártires da Independência
Poeta brasileiro, nascido no Rio de Janeiro, formou-se em
Direito Canônico na Universidade de Coimbra, em Portugal. Exerceu as funções de
juiz de paz na cidade de Sintra, Portugal e provavelmente em 1776 regressou ao
Brasil, nomeado Ouvidor da Comarca do Rio das Mortes. Nomeado depois Coronel do
Regimento de Cavalaria Da Campanha do Rio Verde, casou com a poetisa Bárbara
Heliodora, a quem dedicou os seus melhores versos. Influenciado por Claudio
Manuel da Costa, Tomás Antonio Gonzaga e sobretudo o seu cunhado Tem.-Cel.
Francisco de Paula Freire de Andrade, participou ativamente da Conjuração
Mineira de 1789 (deve-se a ele a escolha do dístico da bandeira, o verso de
Virgílio “Libertas quae será tamen”). Preso em maio de 1789, foi condenado à
morte mas teve a pena comutada em degredo perpétuo na África. Deportado para
Angola, morreu no presídio de Ambaca. (Moderna enciclopédia brasileira, página
52)
DOIS LIVROS QUE VOCÊ VAI AMAR DE LER. DEUS VAI ESTÁ SEMPRE COM VOCÊ!
ALMIRANTE BARROSO (1804-1882)
Herói da Guerra do Paraguai, cujo nome completo era
Francisco Manuel Barroso da Silva. Nascido em Lisboa, tinha quatro anos de
idade quando sua família veio ara o Brasil. Estudou na Academia de Marinha do
Rio de Janeiro, participando pouco depois da sua formatura da Guerra Cisplatina
(1826-1828). Vice-almirante em 1856 quando eclodiu a Guerra do Paraguai (dezembro
de 1864), chefiou o Estado Maior da Divisão sob o comando do Almirante
Tamandaré e comandou a Segunda Divisão Naval do Rio da Prata, destacando-se
especialmente no Combate de Riachuelo, em 11 de junho de 1865; as forças navais
brasileiras e paraguaia encontraram-se no Arroio Riachuelo, afluente do Rio
Paraná, nas proximidades a localidade argentina de Corrientes. Dispunham os
brasileiros de 5 navios sob o comando de Barroso, ao passo que a frota inimiga
era composta de 8 navios e 6 chatas, auxiliadas por uma bateria de 22 canhões,
levantada na margem direita do arroio. As embarcações paraguaias tiveram a
iniciativa do ataque. Içando no mastro grande do Amazonas o sinal – “O Brasil
espera que cada um cumpra o seu dever”, Barroso contra-ataca. Decide-se Barroso
a destruí-los à maneira romana, do choque de proa, e lança para adiante a sua
fragata a todo o poder de máquinas. Afundou o primeiro barco, cortado ao meio,
o segundo, do mesmo modo posto a pique, a final o terceiro. Toda a frota de
Lopez (o ditador paraguaio) teria esse fim se os demais não retrocedessem,
avariados, arrastando-se rio acima, de fato imprestáveis para outra ação de
conjunto. O Combate de Riachuelo foi um dos mais notáveis de toda a História e
decisivo para a derrota do Paraguai, mas custou perdas valiosas aos
brasileiros, entre as quais a de Marcílio Dias, que morreu defendendo a
canhoneira Parnaíba. Por seus feitos Barroso recebeu o título Barão de Amazonas, nome do cruzador que
comandou em Riachuelo, e em 1868 foi nomeado comandante-chefe da Esquadra
Brasileira. Reformado em 1873, morreu em Montevideo, Uruguai em 1882. (Fonte:
Moderna enciclopédia brasileira, página 114-115)
ANHANGUERA (
- ) – O “Diabo velho”
Nome por que ficou conhecido o bandeirante Bartolomeu Bueno
da Silva, o primeiro a penetrar os sertões de Goiás, em 1682. Notabilizou-se
pelo ardil de que se valeu para forçar os indígenas a lhe revelarem o local de
uma jazida de ouro: pôs fogo a uma porção de aguardente, ameaçando incendiar os
rios de toda a Terra se os índios se negassem a obedecê-lo. Os silvícolas,
amedrontados, viram no artifício artes de outro mundo e lhe puseram o nome de
Anhanguera, que quer dizer Diabo Velho. Houve um segundo Anhanguera, filho
deste Bartolomeu Bueno da Silva, e também bandeirante: fundou a cidade de
Goiás, no atual Estado do mesmo nome. (Fonte: Moderna enciclopédia brasileira,
página 62-63)
ANITA E GIUSEPPE GARIBALDI - guerreiros de dois mundos
Giuseppe Garibaldi foi revolucionário italiano (1807-1882) e
Anita foi heroína brasileira (1819-1849). Notabilizaram-se ambos na Guerra dos
Farrapos. Em 1834 por ter se envolvido numa conspiração, Giuseppe refugiou-se
no Brasil, tendo recebido de Bento Gonçalves todo o apoio para que se opusesse
às forças imperiais na Lagoa dos Patos. Guerreiro por força do temperamento,
Garibaldi se envolvera na revolução, ao lado dos farroupilhas. Em seguida
auxiliou Davi Canabarro a proclamar a República Juliana (1839) e nessa
oportunidade conheceu Anita Ribeiro da Silva, depois chamada de Anita Garibaldi,
com a qual foi para o Uruguai. Casaram-se lá e juntos lutaram pela unificação
da Itália. Durante a Guerra dos Farrapos, Anita lutou ao lado de Giuseppe, foi
gravemente ferida, aprisionada pelo inimigo, do qual fugiu. Anita morreu em
ação, na Itália, nas proximidades de Santo Alberto. Giuseppe terminou seus dias
como deputado na França. (Fonte: Moderna enciclopédia brasileira, pg 322)
DOIS LIVROS QUE VOCÊ VAI AMAR DE LER. DEUS VAI ESTÁ SEMPRE COM VOCÊ!
ANÍSIO TEIXEIRA (1900-1971)
Nascido na Bahia em 1900, ele entrou para a história da
educação brasileira como um dos autores do Manifesto dos Pioneiros da Educação
Nova, de 1932, que, pela primeira vez no país, propunha a criação de um amplo
sistema de escolas públicas para a educação básica. Ele estudou nos Estados
Unidos, de onde trouxe a filosofia pedagógica do pragmatismo, que juntava o
conhecimento teórico com a experiência prática, o mundo da cultura e o mundo do
trabalho. Era a proposta da Escola Nova, que deveria fundar e revolucionar a
educação e a sociedade brasileira. Para o educador, apenas através do ensino a
desigualdade social poderia ser combatida, e foi com essa idéia que teve início
o processo de democratização da educação no país. Anisio Teixeira dirigiu o
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP) que hoje leva seu
nome, e criou e dirigiu a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (Capes). (Texto de Simon Scwartzman, Revista Veja, 28/12/2011, página
247)
ANTONIO CARLOS RIBEIRO DE ANDRADA E SILVA (1773-1845) –
redator do Projeto da Constituição de 1824
Magistrado e político brasileiro, nascido em Santos, SP,
formou-se em Direito na Universidade de Coimbra. Deputado paulista às chamadas
Cortes de Lisboa (1821), ali defendeu intransigentemente a liberdade de ação
dos brasileiros, negando-se a assinar o Projeto da Constituição Portuguesa, que
situava o Brasil na condição de simples colônia. Após a Independência, liderou
a Assembléia Constituinte de 1823 e integrou o corpo de redatores do Projeto da
Constituição do Império do Brasil (1824). D.Pedro I dissolveu a Constituinte (12/11/1823)
foi deportado para a França. Regressou ao Brasil em 1828. Deputado em 1838,
colaborou no golpe de Estado que proclamou a maioridade de D. Pedro II. Em 1845
elegeu-se senador por Pernambuco, vindo a falecer pouco depois. (Fonte: Moderna
enciclopédia brasileira, página 60-61)
ARARIGBÓIA - herói das guerras contra o invasor francês
Chefe indígena, ou morubixaba, que foi batizado com o nome
de Martim Afonso Araigbóia. Morava em terras do atual Estado do Espírito Santo
e aliou-se aos portugueses nos tempos da colonização; ajudou Mem de Sá a
expulsar os franceses aliados dos tamoios, que se tinham apossado da cidade do
Rio de Janeiro; participou ainda da fundação desta cidade, com Estácio de Sá em
1565. Pelos serviços prestados à Coroa Portuguesa recebeu uma extensa sesmaria
na Aldeia de São Lourenço, que viria a ser a cidade de Niterói. (Fonte: Moderna
enciclopédia brasileira, pg 71)
DOIS LIVROS QUE VOCÊ VAI AMAR DE LER. DEUS VAI ESTÁ SEMPRE COM VOCÊ!
ARTUR DA SILVA BERNARDES (1875-1955) – Representante da
autoridade absoluta
Estadista brasileiro, nasceu em Viçosa, MG, formou-se pela
Faculdade de Direito de São Paulo. Presidente da Câmara Municipal de Viçosa;
deputado estadual em 1907 e deputado federal em 1909; secretário de Finanças de
Minas Gerais (1910-1914), de novo deputado federal em 1915; presidente de Minas
Gerais em 1918, deixou este cargo em 1922 para exercer a presidência da
República, em substituição a Epitácio Pessoa. Sua campanha foi das mais
agitadas e sua posse teve de ser garantida por forças militares que lhe eram
favoráveis (a maioria do Exército lhe era hostil). Iniciado seu governo em
15/11/1922 o estado de sítio que se prolongaria por todo o seu quadriênio. Em
5/7/1924 várias unidades do Exército e da Força Pública de São Paulo tentaram
depô-lo, tendo a frente o General Isidoro Dias Lopes (no ano anterior eclodira
no Rio Grande do Sul movimento contra o governo bernardista de Borges de
Medeiros); a essa revolução paulista de 1924 sucederam-se outros vários motins
em todo o país (em Pernambuco, no Pará, no Amazonas, em Sergipe); em Alegrete,
RS, o então capitão Luis Carlos Prestes se rebelou com algumas tropas e
juntou-se aos revolucionários paulistas, que, forçados a abandonarem São Paulo,
travaram combate em regiões de Mato Grosso e Paraná: juntamente com os homens
de Prestes compuseram a célebre Coluna Prestes, que percorreu cerca de 25.000
quilômetros nos sertões brasileiros, agregando a si mesma revoltosos de todas
as procedências e por todos os meios tentando depor o governo Bernardes. Sua
coluna só se desfez no governo seguinte, de Washington Luis, internando-se os
seus remanescentes na Bolívia. Todos os esforços, porém, foram inúteis; Artur
Bernardes governou até o fim do seu mandato (15/11/1926). Como presidente
representou a autoridade absoluta, exercendo-a com pleno poder de polícia. Foi
ainda senador federal (1929); preso após a Revolução de 1930, foi exilado;
regressou em 1934; deputado federal até 1937 e depois em 1946. Morreu no Rio de
Janeiro. (Fonte: Moderna enciclopédia brasileira, página 115-116)
BARÃO DO RIO BRANCO (1845-19120
José Maria da Silva Paranhos Júnior, filho do Visconde do
Rio Branco, é o “pai fundador” da moderna política externa brasileira. A sua
obra resultou de uma separação decisiva entre convicções pessoais e interesse
nacional. Monarquista, conservou o título que simbolizava a fidelidade a seu
pai, mas ergueu o edifício da diplomacia republicana, cultivando as sementes da
cooperação entre o Brasil e os vizinhos sul-americanos. Europeísta, vislumbrou
o declínio das potências européias e teceu a parceria privilegiada entre o
Brasil e os Estados Unidos. Na “década do Rio Branco” entre 1902 e 1912, o
Itamaraty aprendeu a lição da responsabilidade e entregou à nação um envelope
de fronteiras completas pelo reconhecimento geral. O Barão do Brasil deu tudo,
mas pouco recebeu: hoje, no rastro de um antiamericanismo difuso mas
abrangente, os livros escolares praticamente baniram seu nome. (Texto de
Demétrio Magnoli, Revista Veja, 28/12/2011, página 248)
BENEDITO TEÓFILO OTONI - desbravador do nordeste de Minas
Gerais, precursor de Rondon
Político brasileiro *1807-1869), nascido no Serro, MG,
estudou na Academia de Marinha do Rio de Janeiro (em 1830 deu baixa como
guarda-marinha). Deputado em 1838, em 1840 opôs-se à permanência de Araujo Lima
(depois Marquês de Olinda) na regência do Império. Favorável à antecipação da
maioridade de D. Pedro II, neste sentido chefiou a Revolução Liberal de Minas
Gerais; preso em agosto de 1842, esteve na cadeia durante um ano e meio.
Absolvido por unanimidade, reelegeu-se deputado, a cujo mandato renunciou em
1849 para dedicar-se à colonização do Nordeste de Minas Gerais. Organizou nessa
oportunidade a Cia Murcuri, que desbravou extensas regiões daquele Estado,
inclusive a que hoje é ocupada pela cidade de Teófilo Otoni, por ele fundada em
07/09/1852. Amigo e protetor dos índios, antecipou a Rondon no extremo respeito
à vida humana (nunca permitiu que se atirasse nos índios). Senador em 1864,
continuou até à morte sua trajetória política, em que se notabilizou como um
dos grande nomes da oratória parlamentar. (Fonte: Moderna enciclopédia
brasileira, pg 454)
DOIS LIVROS QUE VOCÊ VAI AMAR DE LER. DEUS VAI ESTÁ SEMPRE COM VOCÊ!
BENTO GONÇALVES DA SILVA - líder dos Farrapos, herói
republicano
Revolucionário brasileiro (1788-1847), líder da chamada
Guerra dos Farrapos. Nascido em Triunfo então Província do Rio grande do Sul.
Participou das lutas na Namda Oriental (Província Cisplatina), retornando ao
Rio Grande do Sul como coronel do Regimento de Cavalaria do Jaguarão, na
fronteira uruguaiana. Membro do grupo de políticos conhecidos por
"farrapos" ou "farroupilhas", em 20 de setembro de 1835
organizou a revolução contra a Regência Trina Permanente, visando a implantação
da República, que chegou a ser proclamada por um de seus adeptos, o Cel.
Antonio de Souza Neto. Preso na Batalha da Ilha do Fanta, no Rio Jacuí, foi
remetido para o Rio de Janeiro e depois para a Bahia, onde o encerraram no
Forte do Mar. Fugiu já em 1837, para reassumir a chefia dos farrapos.
Juntamente com Giuseppe Garibaldi estendeu a ação revolucionária à província de
Santa Catarina, onde outros dos seus adeptos, Davi Canabarro, proclamou a
República Catarinense ou Juliana, confederada à República Rio-Grandense.
Contudo, reforçadas as forças imperiais sob o comando do então Barão (depois
Duque) de Caxias, perderam os farrapos. batalhas decisivas, vindo a perderem
totalmente o domínio da situação em 1º de março de 1845. A Guerra dos Farrapos
foi a mais longa das dissensões internas do Brasil, tendo durado 10 anos. Bento
Gonçalves morreu em Pedras Brancas, de morte natural; seus restos mortais
depois foram levados para a cidade de Rio Grande e depositados sob uma estátua,
que ali foi erguida. (Fonte: Moderna enciclopédia brasileira, pg 324)
CAMPOS SALLES
(1841-1913)
Nascido em São Paulo, Manuel Ferraz de Campos Salles foi
deputado, senador, ministro, governador e presidente da República. Na Comissão
de Justiça do Senado defendeu a restrição do Poder Executivo federal, através
do projeto de lei sobre crimes de responsabilidade na Presidência. Para tentar
frear os abusos de poder do então presidente Marechal Deodoro da Fonseca,
Campos Salles propôs a idéia de que o governante da nação tinha
responsabilidade sobre o país e deveria ser punido caso não agisse de acordo
com ela. Entre as infrações possíveis estava os atentados à Constituição, à
forma de governo proposta e ao livre exercício dos poderes Legislativo e
Judiciário. Como resposta, Deodoro da Fonseca fechou o Congresso e instaurou o
estado de sítio, retirando o senador do cenário político. Em 1896, Campos Salles
retornou aos cargos públicos como governador de São Paulo e, em 1898, assumiu a
Presidência do país. Em seu mandato, retirou o Brasil de uma grave crise
econômica, produto do descontrole dos gastos governamentais. Sua defesa
irrestrita de uma legislação que se aplique indiscriminadamente a todos,
incluindo os governantes, é uma lição democrática atemporal. (Texto de Marco
Antonio Villa, Revista Veja, 28/12/2011, página 246)
CÂNDIDO BARATA RIBEIRO (1843-1910), exemplo de amor à causa
pública
Médico e político brasileiro, nasceu na cidade de Salvador,
BA, formou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, foi diretor do
Hospital da Caridade, em Campinas, SP, onde residiu por algum tempo e onde
fundou a Escola de Crianças Pobres. Prefeito do Rio de Janeiro em 1892, exerceu
depois o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal: nunca recebeu
vencimentos, numa demonstração incomum de devotamento à causa pública. Dos
maiores propagandistas da Abolição e da República, ocupou ainda o cargo de
senador pelo antigo Distrito Federal e foi membro da Academia Nacional de
Medicina. Escritor de grande sensibilidade, publicou vários livros, entre eles
os dramas: O anjo do lar, Mulheres que morrem, O soldado brasileiro, A mucama e
O divórcio. (Fonte: Moderna enciclopédia brasileira, página 110)
DOIS LIVROS QUE VOCÊ VAI AMAR DE LER. DEUS VAI ESTÁ SEMPRE COM VOCÊ!
CÂNDIDO RONDON (1865-1958)
O marechal Cândido Mariano da Silva Rondon foi essencial na
defesa dos povos indígenas e na ocupação do interior brasileiro.
Mato-grossense, percorreu o Centro-Oeste e a Amazônia construindo linhas telegráficas
e ferrovias, razão pela qual entrou em contato com os nativos. Por ser
contrário às missões religiosas e à catequese, entrou diversas vezes em
conflito com os padres salesianos. Rondon insistia na garantia efetiva das
terras ocupadas pelos indígenas, sem que isso fosse incompatível com a expansão
econômica, que deveria ocorrer com o planejamento governamental. O marechal
defendia também a integração do índio como cidadão da República e sua ação foi
fundamental para a criação, em 1910, do Serviço de Proteção aos Índios (SPI).
Sua idéia de equilíbrio entre a proteção dos povos indígenas e o
desenvolvimento econômico permanece correta, mas é freqüentemente ignorada por
ONGs e antropólogos envolvidos na indústria de demarcação de terras. (Texto de
Marco Antonio Villa, Revista Veja, 28/12/2011, página 243)
CARLOS CHAGAS (1878-1934)
Entre os cientistas que deveriam ter recebido o Prêmio Nobel
de Medicina, o nome de Carlos Chagas é sempre lembrado. Ele conseguiu a proeza
de não apenas descrever o quadro clínico da doença que leva seu nome, como
também identificar o agente (o tripanossoma) e o transmissor (o barbeiro). Além
de notório cientista, na década de 1920, em cargo equivalente ao de ministro da
Saúde, editou o primeiro Código Sanitário do Brasil, tornando-se um dos
primeiros a demonstrar a importância da higienização para a saúde. Criou também
programas especializados para maternidade, infância, sífilis, lepra e
tuberculose e estendeu os postos de saúde às áreas rurais. Chagas percebeu que
a ação médico-hospitalar não poderia se limitar à atuação de voluntários e
criou os cursos pioneiros de enfermagem profissional e de higiene e saúde
pública. Para completar, sempre entendeu a pesquisa como indissociável da
prática médica e sanitária. (Texto de Paulo Loturfo, Revista Veja, 28/12/2011,
página 243)
CARLOS LACERDA (1914-1977)
Comunista na juventude, de 1931 a 1939, Carlos Lacerda
entrou para a história como um ferrenho crítico do movimento comunista e como o
mais combativo político de oposição do período democrático de 1945 a 1964. Nas
eleições de 1950, Lacerda contestou em termos francamente golpistas o retorno
de Getúlio Vargas ao poder. Sua participação nos acontecimentos de agosto de
1954, que resultaram no suicídio de Vargas, foi decisiva. Em 1955, ele tentou
impedir a posse do presidente eleito, Juscelino Kubitscheck e, em 1961,
contribuiu diretamente para a queda de Jânio Quadros, a quem dera apoio nas
eleições do ano anterior. Participante ativo do golpe de 1964, ele rompeu com
os militares e, em 1966, tentou articular com Juscelino e João Goulart, seus
ex-adversários, um movimento pelo retorno à democracia, tendo por isso os
direitos políticos cassados em 1968. Onde não existe uma oposição firme e
combativa, o regime democrático perde vigor e dificilmente se mantém.
Aparando-lhe os excessos, esse ponto deve ser resgatado no legado de Carlos
Lacerda.
DOIS LIVROS QUE VOCÊ VAI AMAR DE LER. DEUS VAI ESTÁ SEMPRE COM VOCÊ!
CARLOS LUZ - o presidente interino que foi deposto
Político brasileiro (1894-1961). Nascido em Três Corações,
MG, bacharelou-se em Direito, foi prefeito de Leopoldina, secretário de Estado,
deputado federal, ministro da Justiça e presidente da Câmara dos Deputados em
1955, assumiu a presidência do Brasil no impedimento do presidente Café Filho,
que se afastava do poder por motivos de saúde. No exercício da presidência,
determinou a substituição do então Ministro da Guerra Henrique Teixeira Lott,
que inconformado deflagrou um movimento militar de deposição do presidente em
exercício, o que de fato ocorreu em 11/11/1955. Carlos Luz se viu na
contingência de passar o poder a Nereu Ramos, então vice-presidente do Senado.
(Fonte: Moderna enciclopédia brasileira, pg 371)
CIPRIANO JOSÉ BARATA DE ALMEIDA (1762-1838) – Sentinela da
liberdade
Político e jornalista brasileiro, nascido em Natal, RN,
formou-se em Medicina na Universidade de Coimbra. Grande propagandista da
Independência, participou da chamada Conjuração Baiana e da Revolução
Pernambucana de 1817. Deputado baiano às Cortes de Lisboa, como outros ilustres
representantes brasileiros naquela Casa recusou-se a assinar a Constituição
Portuguesa, que era lesiva aos interesses do Brasil. Refugiado com vários de
seus companheiros em Falmouth, Inglaterra, regressou ao Brasil depois da
Independência. Iniciou então a publicação do seu famoso jornal Sentinela da
Liberdade, através da qual manteve acirrada oposição ao governo de D. Pedro I. Diversas
vezes preso por motivos políticos, ficou célebre por suas atitudes de grande firmeza de caráter: certa feita, na
Fortaleza de Santa Cruz, não só se recusou a falar com o Imperador, como ainda
lhe voltou as costas, acintosamente. (Fonte: Moderna enciclopédia brasileira,
página 1090110)
CLODOMIR VIANNA MOOG (1906-1988)
Dedicou-se ao processo de formação do Brasil. Em sua obra
mais conhecida, Bandeirantes e Pioneiros, Vianna Moog especula sobre o
nascimento do país pelo viés de nossa cultura política. Ele compara os
processos de formação do Brasil e dos Estados Unidos interpelando os
personagens principais da cultura brasileira e da americana, observando os
valores e o meio material em que essa cultura existe. Por essa comparação das
culturas políticas, Vianna Moog identificou que, enquanto os pioneiros
edificaram uma cultura de progresso geométrico, que valoriza o bem comum, os
bandeirantes edificaram uma cultura de progresso aritmético, a qual é uma
cultura pública fraca, dependente do governo, predatória e privatista. Essa é
uma perspectiva ainda bastante atual sobre a cultura política no Brasil, tendo
em vista a democracia e os desafios do desenvolvimento. (Texto de Fernando
Figueiras, Revista Veja, 28/12/2011, página 249)
CLÓVIS BEVILACQUA (1859-1944) – Primeiro autor do Código
Civil Brasileiro
Jurisconsulto brasileiro, nasceu em Viçosa, CE, formou-se
pela Faculdade de Direito de Recife, em 1882. Foi professor catedrático nessa
mesma Faculdade, consultor jurídico do Ministério das Relações Exteriores,
deputado, em 1889 foi encarregado por Epitácio Pessoa, na época Ministro da
Justiça do governo de Campos Sales, de elaborar o Código Civil Brasileiro,
trabalho que daria lugar à célebre polêmica gramatical entre Rui Barbosa e
Ernesto Carneiro Ribeiro. Membro de diversas associações científicas e
literárias do Brasil e do exterior (foi o fundador número 14 da Academia
Brasileira de Letras), colaborador de inúmeras revistas de ciências, letras,
filosofia, jurisprudência. (Fonte: Moderna enciclopédia brasileira, página
118-119)
DOIS LIVROS QUE VOCÊ VAI AMAR DE LER. DEUS VAI ESTÁ SEMPRE COM VOCÊ!
CONDE DE BOBADELA (1685-1763) – introdutor da tipografia no
Rio de Janeiro
Nome por que ficou conhecido o administrador português Gomes
Freire de Andrade, participante ativo da História do Brasil. Foi Governador do
Rio de Janeiro em 1733, mandou construir o Convento de Santa Teresa; o chafariz
do Largo do Paço; os Arcos da Carioca (ainda hoje existentes); o Paço dos
Governadores, além de hospitais e fortalezas; ordenou a abertura de ruas e
estradas, incentivou as letras e permitiu a instalação da primeira tipografia
no Rio de Janeiro (1747). Tinha quase 80 anos de idade quando morreu desgostoso
com a rendição da Colônia do Sacramento, no Sul do Brasil, aos espanhóis.
(Fonte: Moderna enciclopédia brasileira, página 124-125)
CUSTÓDIO JOSÉ DE MELO - cabeça da 1ª Revolta da Armada
Contra-almirante brasileiro (1840-1902). Natural da Bahia e
veterano da Guerra do Paraguai, foi deputado pela Bahia à Constituinte de
1890/91. Em 3 de novembro do ano de 1891, em represália ao decreto do Marechal
Deodoro que mandava fechar o Congresso, fez deflagrar a 1ª Revolta da Armada,
apossando-se de todos os navios de guerra ancorados na baía da Guanabara. Já no
governo do Marechal Floriano Peixoto, que se seguiu ao de Deodoro, ocupou a
pasta da Marinha até 29 de abril de 1893, quando, opondo-se ao presidente, que
se recusava a mandar fazer as eleições para que o povo indicasse o novo
presidente da República, fez eclodir a 2ª Revolta da Armada, já em 06/09/1893,
a fim de restaurar o império da Constituição. Desta feita, contudo, não levou a
melhor: derrotado, refugiou-se no estrangeiro, de onde só regressou depois da
anistia concedida aos participantes da revolta que chefiara. (Fonte: Moderna
enciclopédia brasileira, pg 394)
DIOGO FEIJÓ (1784-1843)
Conforme consta na ata de batismo de Diogo Feijó, ele foi
“exposto” na casa de um padre, em São Paulo. Ou seja, assim como outras 46
crianças ao longo daquele ano, ele foi abandonado em frente a um domicílio no
centro da capital paulista. Essa origem humilde não impediu a ascensão social e
política de Diogo Feijó, conseguida graças ao ensino gratuito em instituições
religiosas. Em 1835, após um período de regência trina, motivada pela abdicação
de Dom Pedro I pela menoridade de seu sucessor, Feijó foi eleito regente único.
Jorge Caldeira, no livro Diogo Antonio Feijó, sublinha que, apesar de possuir
poderes equivalentes aos do rei, o regente recusou títulos de nobreza e manteve
um estilo de vida simples até a morte, em 1843. Feijó se afastou da regência em
1837. Ele permanece um exemplo por não ter utilizado a política como uma forma
de enriquecimento, mas sim como um dever cívico. (Texto de Renato Venancio, Revista Veja,
28/12/2011, página 235)
DOIS LIVROS QUE VOCÊ VAI AMAR DE LER. DEUS VAI ESTÁ SEMPRE COM VOCÊ!
DOM PEDRO II (1825-1891)
Órfão de pai e mãe, educado para ser imperador, Pedro II se
via e se comportava como o primeiro servidor da nação. Embora a Constituição de
1824 o permitisse, não foi autoritário em seu longo reinado (1840-1889), no
qual houve liberdade de organização política e de imprensa. No início dos anos
1870, foram criados mais de vinte jornais republicanos e eram comuns as
críticas e caricaturas do imperador, algumas ofensivas. Delas não se queixava
nem tomou medidas para impedi-las. Dom Pedro II escreveu à princesa Isabel que
“a imprensa se combate com a imprensa”, ou seja, as críticas deveriam ser enfrentadas
com argumentos, e ao jornalista abolicionista Carl Von Koseritz afirmou que “a
imprensa é o melhor corretivo para a imprensa”. Explica essa postura o fato de
Pedro II considerar o debate político e as opiniões da imprensa as duas
principais fontes de informação para o governante. (Texto de Francisco
Doratioto, Revista Veja, 28/12/2011, página 237)
FRANCISCO BARRETO (
- ) – Herói das guerras
contra o invasor holandês
Militar português, herói das lutas contra os invasores
holandeses. Veio para o Brasil como integrante da tropa de Luis Barbalho, na
armada do Conde da Torre, desembarcando na Bahia em 16/8/1637. Deu combate ao
invasor e em seguida foi chamado a Portugal para participar do movimento de
restauração da Monarquia (1640, quando Portugal se livrou do domínio espanhol).
De novo no Brasil e em luta contra os flamengos, esteve durante algum tempo
preso pelo inimigo; fugiu, e na qualidade de general-chefe e governador de
Pernambuco assumiu a direção geral da guerra. Com Vidal de Negreiros, Fernandes
Vieira, Henrique Dias, Filipe Camarão e outros colheu ambas as vitórias dos
Montes Guararapes (em 1648 e 1649). Comandando a resistência até o final da
campanha (os holandeses foram afinal expulsos do Brasil depois da Batalha da
Campina do Taborda em 26/1/1654), governou Pernambuco até 1657 quando foi
nomeado governador-geral do Brasil. Retornou a Portugal em 1663; nomeado
donatário da Capitania do Rio Grande, hoje Rio Grande do Norte, não chegou a
administrá-la.(Fonte: Moderna enciclopédia brasileira, página 113)
FREI CANECA (1779-1825)
O pernambucano Domingos da Silva Rabelo, ou Frei
Joaquim do Amor Divino Caneca, foi um
dos maiores defensores das liberdades e do poder controlado por uma
Constituição democrática. Criticava o despotismo de dom Pedro I e lutou em
projetos independentistas, como a Revolução Pernambucana (1817) e a
Confederação do Equador (1824). Para Frei Caneca, a manutenção da liberdade
dependia da submissão à lei, que deveria ser a expressão da vontade geral. A
imprensa jamais poderia ser proibida, suspensa ou limitada, e alei deveria ser
igual para todos. Além disso, as funções públicas deveriam ser exercidas por
qualquer cidadão, tendo como princípio somente suas qualidades e virtudes.
Caneca enfatizou aindaq que a segurança deveria ser concedida pela sociedade a
cada cidadão, a seus bens e aos seus direitos. Foi preso e fuzilado em 1825 por
sua participação nos movimentos rebeldes. Frei Caneca antecipou em mais de um
século o conceito de democracia direta, em que os cidadãos poderiam decidir
suas leis e escolher seus líderes. (Texto de Marco Antonio Vila, Revista Veja,
28/12/2011, página 233)
DOIS LIVROS QUE VOCÊ VAI AMAR DE LER. DEUS VAI ESTÁ SEMPRE COM VOCÊ!
FREI VICENTE DE
SALVADOR (1564-1639)
Botânico, geógrafo e estenógrafo, é considerado uma
verdadeira enciclopédia do Brasil seiscentista. O baiano Vicente Rodrigues
Palha estudou no colégio São Salvador, dos padres jesuítas. Aos 35 anos, tomou
o hábito franciscano, adotando o nome de Frei Vicente de Salvador. Em 1612, foi
eleito custódio da Custódia Franciscana Brasileira. Dez anos antes de falecer,
terminou seu História do Brasil, com uma narrativa recheada de bom humor,
arejamento e amor ao Brasil. Nessa obra, tratou da “zona tórrida”, discutindo a
beleza das florestas e a riqueza de sua biodiversidade. Criticou o atraso na
terra e responsabilizou os portugueses por não conhecerem o Brasil, preferindo
“arranhar as costas como caranguejos”, frase que ficou famosa. Introduziu a
possibilidade de o Brasil vir a ser o centro e refúgio do governo português – o
que de fato ocorreu em 1808. (Texto de Mary Del Priore, Revista Veja,
28/12/2011, página 233)
FRANCESCO MATARAZZO (1854-1937)
Imigrante italiano, gênio dos negócios, veio “fazer a
América” e fez. Construiu um gigantesco império econômico, a partir do conceito
de verticalização da produção. Suas indústrias utilizavam muitas
matérias-primas próprias. Por exemplo: comercializando porcos em Sorocaba, viu
que podia produzir banha e vendê-la. Passou então a fabricar latas para embalar
o produto, e assim por diante. Matarazzo cresceu rapidamente em, em 1911, criou
as Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo – IRFM, o maior e mais diversificado
conglomerado empresarial da América Latina. Entre seus ramos de atuação estavam
alimentos, tecidos, bebidas, transporte terrester, navegação de cabotagem e
transatlântica, portos, ferrovias, metalurgia, energia, agricultura, bancos,
imóveis urbanos e mais. Teve quase 400 plantas industriais no Brasil e atuava
também no exterior. O conde Matarazzo morreu em março de 1937. Era o italiano
mais rico, dono da quinta fortuna do planeta. AS IRFM sobreviveram até os anos
1980. As lições de empreendedorismo de seu fundador permanecem atuais. (Texto
de Ronaldo Costa Couto, Revista Veja, 28/12/2011, página 241)
FRANCISCO DE PAULA BRITO (1809-1861)
Descendente de escravos, Paula Brito conferiu cunho local à
impressão e comercialização de livros no país. Recebendo o apoio de dom Pedro
II – sócio benemérito de sua tipografia -, Paula Brito passou para a história
como o primeiro editor brasileiro. Defendeu o princípio de uma cultura liberal,
aparentemente alheia a injunções de classe. Essa idéia transformou sua livraria
num espaço aberto ao livre trânsito da arte e do pensamento. Ali,
personalidades da elite imperial relacionavam-se com pessoas de origem humilde.
Foi o caso de Machado de Assis. Na primeira juventude, no círculo de Paula
Brito, ele conheceu diversos figurões de seu tempo, estabelecendo relações que
durariam por toda a vida. (Texto de Ivan Teixeira, Revista Veja, 28/12/2011,
página 235)
DOIS LIVROS QUE VOCÊ VAI AMAR DE LER. DEUS VAI ESTÁ SEMPRE COM VOCÊ!
GILBERTO FREYRE (1900-1987)
Nascido em Recife, Gilberto Freyre é um marco no pensamento
social brasileiro. Autor de vasta obra, seu livro inaugural, Casa-Grande &
Senzala (1933) pôs em xeque o consenso dominante entre os intelectuais
brasileiros, de que os males do país resultavam da miscigenação dos brancos com
as raças inferiores, em especial com os negros. Apoiado na antropologia
culturalista adquirida na sua passagem pelos Estados Unidos, Freyre criticou o
modelo racista, defendendo as contribuições culturais dos portugueses, índios e
africanos em nossa formação histórica. Não abandonou de todo o conceito de
raça, mas subordinou-o ao conceito de cultura. Valorizou todos os grupos em
contato, celebrando a miscigenação, ao mesmo tempo racial e cultural, bem como
o peso decisivo das africanidades na cultura brasileira. A obra de Freyre, uma
das mais polemizadas em nossa bibliografia, merece toda a atenção no momento
atual, pois oferece contraponto às políticas e organizações racialistas atuais,
defensoras de tratamento diferencial para “minorias étnicas”. (Texto de Ronaldo
Vainfas, Revista Veja, 28/12/2011, página 247)
GOLBERY DO COUTO E SILVA (1911-1987)
O gaúcho Golbery do Couto e Silva foi referência intelectual
das Forças Armadas, além de discreto e controverso homem do poder. Ajudou a
montar e a desmontar a ditadura. Fundou o Serviço Nacional de Informações e foi
ministro influente dos governos Geisel e Figueiredo. Tinha profundas
preocupações geopolíticas. Estrategista, recomendava a fundamentação geográfica
das diretrizes de ação política, valorizando os conceitos de espaço e posição.
Em nome do desenvolvimento e da segurança nacional, defendendo maior integração
e coesão inter-regional, inclusive pela progressiva vitalização e incorporação
de extensas áreas pouco habitadas, como a Amazônia. Para ele, a opção
brasileira era engrandecer ou perecer. Para muitos, a questão geopolítica
merece maior espaço na agenda nacional. (Texto de Ronaldo Costa Couto, Revista
Veja, 28/12/2011, página 251)
HENRIQUE DIAS - herói das guerras contra o invasor holandês
Patriota brasileiro do século XVII. Era filho de escravos
libertos. Quando da invasão holandesa ofereceu-se para lutar e o fez sob o
comando de Matias de Albuquerque, tendo participado de todas as ações da guerra,
até a expulsão do invasor, em 1654. Na batalha de Comandituba teve que amputar
metade do braço esquerdo, mas nem por isso abandonou o campo de luta. Herói da
ambas as batalhas de Guararapes e de Porto calvo (foi quem decidiu a vitória
luso-brasileira neta batalha), além de perder a metade do braço esquerdo foi
ferido gravemente oito vezes. Entre outras honrarias recebeu a patente de cabo,
o foro de fidalgo e o cargo de governador dos crioulos, negros e mulatos do
Brasil, com o soldo de 40 cruzados. (Fonte: Moderna enciclopédia brasileira, pg
213)
INOCÊNCIO SERZEDELLO CORRÊA (1858-1932)
O paraense Serzedello Correa fundou a Bolsa de Valores do
Rio de Janeiro, modernizou o administração das finanças federais e fortaleceu o
Banco do Brasil. Mas foi como ministro da Fazenda que deixou um legado de ética
e de moralidade pública, ao defender, em 1893, junto com Rui Barbosa, a
instalação do Tribunal de Contas da União (TCU). Uma das primeiras ações do TCU
foi considerar ilegal a nomeação, pelo presidente Floriano Peixoto, de um
parente do ex-presidente Deodoro da Fonseca. Inconformado com a decisão do
tribunal, Floriano mandou redigir decretos que retiravam do TCU a competência
para impugnar despesas consideradas ilegais.
O ministro da Fazenda Serzedello Corrêa, não concordando com a posição
do presidente, demitiu-se do cargo. As tentativas de Floriano Peixoto de
eliminar o TCU fracassaram, e a instituição permanece até hoje com a função de
regulamentação dos gastos da União idealizada por Serzedello. A defesa da
existência de órgãos independentes que fiscalizem a atuação do estado continua
atual porque garante o bom funcionamento da democracia. (Texto de Ubiratan
Aguiar, Revista Veja, 28/12/2011, página 241)
DOIS LIVROS QUE VOCÊ VAI AMAR DE LER. DEUS VAI ESTÁ SEMPRE COM VOCÊ!
JOÃO BATISTA LÍBERO BADARÓ (1798-1830) – mártir da liberdade
Político e jornalista italiano radicado no Brasil, nasceu em
Gênova e formado em Medicina, fixou residência em São Paulo onde passou a
clinicar (segundo a crônica do tempo, exerceu a Medicina com alto espírito de
caridade) e onde também se dedicou ao Jornalismo: fundou e dirigiu o Observador
Constitucional, pelo qual atacava ardorosamente o Absolutismo: foi por isso
assassinado e ao morrer teria proferido a frase que se tornou célebre: Morre um
liberal, mas não morre a liberdade! (Fonte: Moderna enciclopédia brasileira,
página 105)
JERONIMO DE
ALBUQUERQUE MARANHÃO - herói das guerras contra o invasor francês -1548-1618)
Patriota brasileiro (1548-1618), nasceu em Olinda, PE.
Notabilizou-se no combate aos franceses que sob o comando de Daniel de la
Touche se estabeleceram no Maranhão em 1612. O então governador do Brasil,
Gaspar de Souza, encarregou Albuquerque de organizar uma jornada contra os
invasores. Em agosto de 1613 ele partiu de Pernambuco e fundou na Baía das
Tartarugas o Forte Nossa Senhora do Rosário, de onde iniciou o ataque aos
franceses. Malogrando sua primeira investida, organizou uma segunda, ertguendo
o Forte de Santa Maria, perto de São Lúis. Os franceses foram derrotados, mas
permaneceram no Maranhão, sendo expulsos mais tarde quando Gaspar de Souza
mandou reforços a Albuquerque, sob o comando de Alexandre de Moura. Depois da
retirada dos franceses, Albuquerque foi nomeado governador da Capitania e
acrescentou ao seu nome o cognome Maranhão. (Fonte: Moderna enciclopédia
brasileira, pg 40)
JOÃO CANDIDO FELISBERTO - o Almirante Negro
Líder da revolta dos marinheiros ocorrida em 1910 e motivada
pelos castigos corporais então vigentes na Marinha do Brasil. Nasceu em
Encruzilhada, distrito de Rio Pardo, RS, em 1880. Ingressou na Marinha aos 15
anos de idade; antes, porém, de chegar a marin heiro de 1ª classe, participou
voluntariamente do movimento deflagrado por Plácido de Castro no Acre. Integrou
depois a tripulação do navio Benjamin Constant que foi à Inglaterra assistir ao
lançamento do encouraçado Minas Gerais. Neste encouraçado foi aos Estados
Unidos, de onde retornou a bordo do North Caroline, no qual veio o corpo do
embaixador Joaquim Nabuco, falecido em Washington. De novo no Minas Gerais,
comandou o movimento de repúdio aos castigos corporais então comuns na Marinha;
apossara-se do navio, mas sob a promessa de anistia, entregou-o ao novo
comandante designado, Capitão de Mar e Guerra João Pereira Leite. Contudo, foi
logo preso juntamente com outros 69 marujos e todos encarcerados em calabouços
infectos, de modo que sobreviveram apenas 10, entre eles João Candido. Julgado
e finalmente absolvido, exerceu as mais diversas profissões, sempre sob o
apelido de o Almirante Negro, que lhe ficra dos dias de notoriedade. Morreu em
6/12/1969. (Fonte: Moderna enciclopédia brasileira, pg 139)
DOIS LIVROS QUE VOCÊ VAI AMAR DE LER. DEUS VAI ESTÁ SEMPRE COM VOCÊ!
JOÃO FERNANDES VIEIRA - Herói das lutas contra o invasor
holandês
Herói das lutas contra o invasor holandês (1613-1681).
Radicado no Brasil (nascera no Funchal, ilha da Madeira), aos 17 anos de idade
começou a participar das lutas de guerrilhas contra os holandeses; contudo em
1636 entrou em negociações com os inimigos, vindo a ser um dos mais ricos
senhores de engenho da Capitania de Pernambuco. Ao eclodir a chamada
Insurreição Pernambucana de 1645, movimento tendente a tornar o solo brasileiro
totalmente livre do invasor holandês, com Vidal de Negreiros e outros patriotas
batalhou tenazmente, revelando-se chefe de grande coragem: destacou-se na
Batalha das Tabocas, no Combate da Casa Forte, em ambas as Batalhas dos
Guararapes (já então sob o comando do General Francisco Barreto de Menezes).
Expulsos os holandeses, recebeu todas as honrarias. Governador da Paraíba em
1655 e capitão-general de Angola em 1658. Morreu em Olinda a 10 de janeiro de
1681. (Fonte: Moderna enciclopédia brasileira, pg 291)
JOAQUIM GONÇALVES LEDO - Herói da Independência
Jornalista brasileiro (1781-1847), um dos grandes nomes da
Independência do Brasil. Nascido no Rio de Janeiro, estudou Medicina na
Universidade de Coimbra (não chegou a concluir o curso). Em 1821 fundou com
Januário Barbosa o Revérbero Constitucional Fluminense, pelo qual se bateu ardorosamente
em favor da Independência. Disse o Barão de Rio Branco: "Foi Ledo quem
inspirou todas as grandes manifestações daqueles dois anos da nossa capital,
quem instigou o governo a convocar uma Constituinte e quem redigiu alguns dos
principais documentos políticos, como o Manifesto de 1º de Agosto de 1822,
dirigido por D. Pedro aos povos do Brasil". Tendo rompido com José
Bonifácio logo após a independência, refugiou-se na Argentina, de onde retornou
em julho de 1823. Exerceu ainda o mandato de deputado, de 1826 a 1831. (Fonte:
Moderna enciclopédia brasileira, pg 368)
JOAQUIM NABUCO (1849-1910)
As nomeações para o funcionalismo por estritos critérios
políticos são infrações previstas na Constituição Federal, denunciadas na
imprensa desde a independência, mas popularizadas quando o império se
desprestigiou (1870). Inspirado no liberalismo inglês, Joaquim Nabuco abordou
aquele e outros problemas do Brasil, como a escravidão e a centralização
política, na expectativa de aperfeiçoar a monarquia e criticas a República.
Propôs que a administração pública fosse exercida por uma aristocracia de
talento intelectual reconhecido por seus pares, que personificou exemplarmente.
Com apoio do pai – o senador Nabuco de Araujo – tornou-se adido da
representação brasileira nos Estados Unidos e em Londres e deputado por
Pernambuco; escolhido nas urnas, representou o abolicionismo no Parlamento
imperial; por seus méritos e gestão de amigos republicanos, foi embaixador na
Europa e nos Estados Unidos. (Texto de Izabel Marson, Revista Veja, 28/12/2011,
página 239)
DOIS LIVROS QUE VOCÊ VAI AMAR DE LER. DEUS VAI ESTÁ SEMPRE COM VOCÊ!
JOAQUIM SALDANHA MARINHO (1816-1895)
A Constituição do império brasileiro adotou o catolicismo
como religião do estado. Primeiro, o imperador jurava defender a religião;
depois, as leis e o povo. Permitia liberdade de crença, mas impossibilitava sua
prática. Os cultos divergentes deviam ocorrer em casa, porque os templos eram
proibidos. O ingresso na política, no serviço público e no curso superior
requeria declaração de fé católica. Os cemitérios eram privativos da igreja,
assim como os registros de nascimento, casamento e morte. O primeiro
intelectual a combater o monopólio religioso no Brasil foi o pernambucano
Saldanha Marinho, autor de A Igreja e o Estado. Como senador ele presidiu o
projeto da primeira Constituição laica do país, promulgada pela República em
1891. O princípio do estado sem religião oficial permanece moderno no ocidente
porque é compatível com o espírito democrático. (Texto de Ivan Teixeira,
Revista Veja, 28/12/2011, página 237)
JOSÉ BENTO RENATO
MONTEIRO LOBATO - pioneiro da indústria petrolífera brasileira
Escritor brasileiro (1882-1948). Nascido em Taubaté, SP,
formou-se pela Faculdade de Deito de S.Paulo. Célebre criador do Jeca Tatu,
símbolo do caboclo brasileiro de então, que vivia ao desamparo dos poderes
públicos; autor dos mais importantes livros para a infância e juventude já
publicados em língua portuguesa; pioneiro da indústria livreira no Brasil,
distinguiu-se ainda como o grande batalhador em prol da siderúrgica e do
petróleo nacionais (chegou a funda empresa própria para a exploração do
petróleo), seu livro O escândalo do petróleo abriu caminho para a implantação
da indústria petrolífera no Brasil; e a industrialização geral do país muito
ficou devendo à sua contribuição, através de obras como Problema vital, Mr.
Stang e o Brasil, Idéias de Jeca Tatu, Na antevéspera. (Fonte: Moderna
enciclopédia brasileira, pg 419) José Bento Renato Monteiro Lobato foi criado
na zona rural e alfabetizado pela mãe. Um dos maiores escritores do Brasil, ele
deixou uma obra extensa e variada e engajou-se fortemente pelas causas
nacionalistas. Em 1927, foi designado adido comercial nos Estados Unidos e,
ciente das inovações tecnológicas em curso, percebeu o poder do petróleo.
Voltou ao Brasil em 1931, fundando a Companhia Petróleos do Brasil. Seu projeto
enfrentou resistência das autoridades e do meio empresarial, motivo pelo qual
publicou em 1936, O Escândalo do Petróleo, em que acusava o governo de Getulio
Vargas: “Não perfura e não deixe que perfure”. Foi preso por três meses.
Monteiro Lobato antecipou, em várias décadas, a meta de buscar, para o país, a
autonomia energética através do petróleo.
(Texto de Mary Del Priore, Revista Veja, 28/12/2011, página 245)
JOSÉ BONIFÁCIO DE
ANDRADA E SILVA(1763-1838)
José Bonifácio de Andrada e Silva, natural de Santos, em São
Paulo, foi personagem-chave nas articulações políticas que garantiram a
permanência de dom Pedro I no Brasil e abriram caminho para a Independência. No
livro Projetos para o Brasil, Mirian Dolhnikoff transcreveu textos de José
Bonifácio, alguns deles apresentados à Assembléia Constituinte de 1823. As
propostas eram uma reengenharia social de fôlego: emancipar os escravos,
valorizar a educação pública, preservar as florestas e, principalmente,
incentivas as pequenas propriedades rurais. Após a dissolução da assembléia
pelo imperador, José Bonifácio enfrentou o exílio. Uma nova Constituição foi
imposta. O “Patriarca da Independência” retornou ao Brasil em 1829 e faleceu
nove anos mais tarde. Várias inquietações suas ainda alimentam o debate
político atual, confirmando que a desigualdade social no Brasil não decorre da
ausência de propostas reformistas no passado, mas sim da ausência de bases
políticas para sustentá-las. (Texto de Renato Venancio, Revista Veja,
28/12/2011, página 234). Estadista brasileiro, cognominado o Patriarca da
Independência e que também se notabilizou como escritor poeta (usou o
pseudônimo de Américo Eliseu), e cientista. Nascido em Santos, SP, estudou
Ciências Naturais na Universidade de Coimbra. Membro da real Academia das
Ciências de Lisboa, aperfeiçoou-se em Metalurgia e Geognosia, com estágios em
diversos países da Europa (entre outros trabalhos científicos, descobriu quatro
minerais novos e descreveu oito variedades já conhecidas; em sua homenagem
deu-se o nome de “andradita” a uma variedade cálcio-ferrosa de granada).
Retornou ao Brasil em 1819. Ministro do Reino e Estrangeiros em 1821, dirigiu
os acontecimentos que culminaram na Independência do Brasil (7/9/1822): foi quem
aconselhou a Princesa Regente D. Leopoldina a enviar a D. Pedro I, que viajava
pela Província de São Paulo, a correspondência vinda de Portugal: à leitura
dessas cartas, que continham exigências lesivas aos interesses do Brasil, D.
Pedro I exaltou-se e preferiu o célebre Grito do Ipiranga: Independência ou
morte! Com tudo, desentendeu-se com D. Pedro I e demitiu-se em julho de 1823,
passando para a oposição. Preso e deportado para a França, deixou por
concretizar um vasto plano para o desenvolvimento do país e o qual incluía a abolição gradual da
escravatura, a implantação da Siderurgia, o incentivo à imigração, a mudança da
capital brasileira para o Planalto Goiano. Seis anos depois regressou ao
Brasil, e quando da abdicação de D. Pedro I (7/4/1831), o próprio príncipe
regente designou o seu experimentado opositor para a tutoria do filho, D. Pedro
de Alcântara, que seria mais tarde o Imperador D. Pedro II. Deputado em 1831,
em face das desordens internas que as regências do trono não conseguiam debelar,
tentou um movimento de restauração imperial, pelo que foi preso e processado.
Confinado depois na Ilha de Paquetá, veio a falecer em Niterói, aos 75 anos de
idade. (Moderna enciclopédia brasileira, página 60-61)
DOIS LIVROS QUE VOCÊ VAI AMAR DE LER. DEUS VAI ESTÁ SEMPRE COM VOCÊ!
JOSÉ CARLOS DO
PATROCÍNIO - o gigante negro da Abolição
Jornalista, político, orador brasileiro (1854-1905). Nascido
em Campos, RJ, sua mãe era uma negra quitandeira e seu pai o vigário da cidade.
Tinha 14 anos quando embarcou para o Rio de Janeiro, empregando-se na Santa
Casa de Misericórdia e matriculando-se no Colégio Aquino. Cursou depois a
Faculdade de Medicina, que deixou por falta de recursos, formando-se depois em
Farmácia (1874). Ingressando no jornalismo em 1877 (foi redator do Gazeta de
Notícias), logo depois adquiriu a Gazeta da Tarde, com dinheiro que tomou
emprestado ao sogro, Emiliano Rosa de Sena e por esse jornal iniciou em 1881 a
campanha abolicionista, da qual veio a ser um dos maiores vultos. Sempre
visando a abolição da escravatura, fundou depois A cidade do Rio, jornal através
do qual também se bateu pela República. Foi romancista e tradutor, um dos
fundadores da Academia Brasileira de Letras. Dedicou-se ainda à navegação
aérea, tendo construído um aeróstato (a que deu o nome de Santa Cruz).
Cognominado o Gigante Negro d Abolição e por todos conhecido como Zé do Pato,
morreu paupérrimo. (Fonte: Moderna enciclopédia brasileira, pg 473)
JOSE DOMINGOS MARTINS - Precursor da Independência
Revolucionário brasileiro (1781-1817). Nascido em
Itapemirim, ES, notabilizou-se como o cabeça da Revolução de 1817, cujo
objetivo era a implantação da República em Pernambuco. Negociante estabelecido
no Recife, fizera diversas viagens a Londres. Fundador de grupos maçons em
Pernambuco, Maranhão, Ceará e Bahia, tendo a secundá-lo na ação Domingos
Teotônio Jorge fez eclodir o movimento revolucionário em 8/03/1817 quando depôs
o Governador Caetano Pinto de Miranda e organizou uma Junta Governativa. Logo
se organizou, do outro lado, a resistência à revolução e ele foi preso após a
derrota em Engenho Trapiche, perto de Serinhaém. Levado junto com outros
revoltosos a Salvador, julgaram-no sumariamente e o executaram em 12/08/1817.
Ele figura na História como um dos precursores da Independência do
Brasil.(Fonte: Moderna enciclopédia brasileira, pg 388)
DOIS LIVROS QUE VOCÊ VAI AMAR DE LER. DEUS VAI ESTÁ SEMPRE COM VOCÊ!
JOSÉ DE ANCHIETA (1534-1597) – O Apóstolo do Novo Mundo, o
Primeiro Professor do Brasil
Padre jesuíta e missionário, nascido em La Laguna de
Tenerife, Ilhas Canárias, em 19/3/1534, morto em Reritiba, atualmente Anchieta,
ES, em 9/6/1597. Veio para o Brasil em 1553, integrando a comitiva do segundo
Governador-Geral, D. Duarte da Costa. Tendo desembarcado na Bahia, algum tempo
depois seguiu para São Vicente onde Martim Afonso de Souza fundara a primeira
vila da Colônia e onde já se encontrava o Padre Manuel da Nóbrega que estava
empenhado na edificação de um colégio no Planalto de Piratininga, para onde
Anchieta foi enviado. Em 1554, em local escolhido por Nóbrega, com o auxílio do
Padre Manuel de Paiva e dos índios de Tibiriçá e Caiubi, fundou o Terceiro
Colégio Regular do Brasil, consagrando-o a São Paulo, porque a missa inaugural
(celebrada pelo Padre Manuel de Paiva) foi celebrada a 25 de Janeiro, data em
que a Igreja comemora a conversão do apóstolo desse nome. Anchieta aprendeu
rapidamente a língua dos nativos (em 1595 publicou a Arte da gramática da
língua mais usada na costa do Brasil), iniciando desde logo a catequese dos
indígenas, ao tempo que ensinava as primeiras letras aos filhos dos colonos.
Além da catequese, prestou inúmeros serviços, entre os quais o da missão
pacificadora junto aos Tamoios (1563) que se tinham aliado aos invasores
franceses e planejavam um ataque às posições portuguesas. Reunidos em Iperoig,
os indígenas retiveram Anchieta como refém, enquanto Nóbrega dava andamento às
conversações de pacificação. Foi nessa ocasião que Anchieta escreveu o seu hoje
célebre Poema em louvor da Virgem Nossa Senhora. Em 1567 auxiliou Estácio de Sá
na expulsão dos franceses do Rio de Janeiro. Reitor do Colégio de São Vicente
em 1569 e Provincial do Brasil em 1578. Fundou, na Bahia, o Colégio dos
Jesuítas, e no Rio de Janeiro, a Igreja e o Hospital da Misericórdia. Fundador
da Literatura Brasileira e Primeiro Professor do Brasil, foi também cognominado
o Apóstolo do Novo Mundo. (Moderna enciclopédia
brasileira, página 58-59)
JOSE LINHARES - presidente da normalização democrática
Foi magistrado e político brasileiro (1886-1957). Nascido em
Guaramiranga, CE, formou-se pela Faculdade de Direito de S.Paulo. Ministro do
Supremo Tribunal Federal em 1937, e deste presidente em 1945, quando da
deposição do Presidente Getulio Vargas assumiu a chefia do governo federal
(29-/10/1945), determinando as eleições democráticas nas quais seria eleito o
General Eurico Gaspar Dutra, bem assim uma nova Assembléia Nacional
Constituinte. permaneceu no cargo de presidente até a posse do novo presidente,
que ocorreu em 31/01/1946. (Fonte: Moderna enciclopédia brasileira, pg 370)
JUSCELINO KUBITSCHEK DE OLIVEIRA (1902-1976)
Empossado em 31 de janeiro de 1956, o presidente Juscelino
Kubitschek sonhava fazer o Brasil avançar cinqüenta anos em cinco. Era
impossível, claro. Mas o país cresceu, apareceu e conseguiu as mudanças mais
profundas e consistentes de sua história econômica. JK usou e abusou do estado
como ator e indutor do desenvolvimento, exacerbando a tendência que vinha desde
1930, com Vargas. Executou o ambicioso Plano de Metas, escancarando novos
espaços e oportunidades ao setor privado. A essência do plano era a realização
de investimentos maciços em energia, transportes, indústria de base,
alimentação, educação e na construção de Brasília. Juscelino atiçou o processo
de substituição de importações, facilitando a entrada de investimentos diretos,
como os que implantaram a indústria automobilística. Com isso, consolidou no
imaginário brasileiro o ideal do desenvolvimento com democracia. (Texto de
Ronaldo Costa Couto, Revista Veja, 28/12/2011, página 247)
DOIS LIVROS QUE VOCÊ VAI AMAR DE LER. DEUS VAI ESTÁ SEMPRE COM VOCÊ!
LUIS GONZAGA PINTO DA GAMA - O abolicionista, o republicano
Advogado, jornalista, poeta (1830-1882), notabilizou-se
principalmente como abolicionista e republicano. Nascido em S]ão Paulo, era
filho de uma africana (luisa Mahin) e de um branco natural da Bahia, que o
vendeu a mercadores de escravos quando ele tinha 9 anos de idade. levado para o
Rio de Janeiro e outra vez levado para São Paulo, nesta cidade obteve alforria.
Ingressou então na Força Pública (a esta altura tinha 17 anos), exercendo
depois inúmeras profissões: foi copista, amanuense, escrivão de polícia,
jornalista, advogado, cultivando também a poesia (distinguiu-se sobretudo como
poeta satírico) e a oratória: principalmente como orador bateu-se ardorosamente
pela abolição da escravatura e também pela República: fundador do Centro
Abolicionista, integrou o grupo de fundadores do Partido Republicado de São
Paulo. Morreu, contudo, sem ver realizados os seus sonhos, mas legando um nome
honrado á esposa e ao filho, Benedito Gracco Pinto da Gama.(Fonte: Moderna
enciclopédia brasileira, pg 321)
JOSÉ PLÁCIDO DE CASTRO (1873-1908)
Descendente de três gerações de militares, o gaúcho José
Plácido de Castro começou a carreira militar aos 16 anos. Já havia ingressado
na Escola Militar, o Casarão da Vãrzea, hoje Colégio Militar de Porto Alegre,
quando eclodiu a Revolução Federalista, em 1893. Oficiais e cadetes solicitaram
ao presidente Floriano Peixoto o fechamento da Escola para que pudessem
integrar as forças legalistas na luta contra os rebeldes federalistas. Plácido
de Castro discordou de seus colegas e instrutores. Entendia, à luz da
Constituição de 1891, em vigor, que, logo após a renúncia do marechal Deodoro
da Fonseca, deveria ter sido realizada eleição direta para a Presidência. Por
isso, Plácido de Castro, não se alistou nas forças legalistas no embate da
Revolução Federalista, mas lutou ao lado dos “maragatos”, chegando ao posto de
major. Com a derrota dos “pica-paus”, que defendiam o governo Floriano Peixoto,
abandonou a carreira militar. Mais tarde, no Acre, organizou uma força
paramilitar com os seringueiros e acabou se tornando o herói da independência
do Acre em relação à Bolívia e de sua anexação ao território brasileiro. Foi
por esse motivo, e não por sua defesa incondicional do voto direto, que Castro
foi incluído no Panteão da Pátria e da Liberdade, na Praça dos Três Poderes, em
Brasília. (Texto de Sérgio Resende de Barros, Revista Veja, 28/12/2011, página
243)
DOIS LIVROS QUE VOCÊ VAI AMAR DE LER. DEUS VAI ESTÁ SEMPRE COM VOCÊ!
MANUEL BECKMANN (
- ) – Pioneiro da
nacionalidade brasileira
Fazendeiro, senhor de engenho, notabilizou-se como
revolucionário em 1684. Nascido em Lisboa, era filho de pai alemão e mãe
portuguesa. Estabeleceu-se com seu irmão Tomás em São Luís do Maranhão,
fazendo-se proprietário do Engenho Mearim. Muito popular e benquisto, tinha o
apelido de Bequimão. Contudo, segundo o costume da época, utilizava indígenas
para o trabalho forçado em seu engenho, e por isso vivia em desavenças
contínuas com os jesuítas, que protegiam os nativos. Por interferência do
jesuíta Pe Antonio Vieira, resolveu Portugal fundar em 1682 a Companhia do
Comércio do Maranhão, através da qual pretendia importar escravos negros, que
substituiriam os indígenas; além disso, a Companhia recebia o monopólio de
inúmeros produtos, controlando-lhes os preços. Os maranhenses irritaram-se com
isso e com o apoio dos carmelitas e franciscanos, rivais dos jesuítas,
puseram-se em pé de guerra; em 24/2/1684 Manuel e Tomás à frente de seus homens
prenderam o Capitão-Mór Baltasar Fernandes; no dia seguinte apoderaram-se dos
armazéns da Companhia e organizaram uma Junta Geral, representada por membros
do clero, da nobreza e do povo. Logo foram presos e remetidos a Portugal 27
jesuítas e Tomás embarcou para Lisboa a fim de pedir a aprovação das medidas
aqui tomadas. Em Portugal, no entanto, Tomás foi preso e recambiado ao Maranhão
na expedição que trazia o novo governador da Capitania, Gomes Freire de
Andrada. Ele fugiu, mas foi traído por seu afilhado, Lázaro de Melo e foi preso
novamente; em 2/11/1685 foi enforcado. Essa revolta é importante porque se
constituiu no primeiro movimento de reação aos processos da Metrópole,
contribuindo para a formação da nacionalidade brasileira. (Fonte: Moderna
enciclopédia brasileira, página 115-116)
MANUEL DE BORBA GATO (1628-1718) – Bandeirante do ouro de
Sabarabaçu
Bandeirante brasileiro, genro de Fernão Dias Pais, ao qual
acompanhou na célebre bandeira em busca das esmeraldas (1674 a 1681). Nascido
em São Paulo em cerca de 1628, morreu em Sabará provavelmente em 1718. Acusado
de ter assassinado o administrador-geral das minas, D. Rodrigo Castelo Branco,
refugiou-se na região de Guaratinguetá, onde viveu por vinte anos. Absolvido,
junta-se aos desbravadores do sertão mineiro e é o primeiro a descobrir ouro na
Serra de Sabarabaçu e no Rio das Velhas. Nomeado guarda-mor do distrito do Rio
das Velhas e dois anos depois superintendente das mesmas minas, recebeu em
doação grandes extensões de terras, vindo a falecer como homem de largo
prestígio, diversas vezes elogiado pelos serviços prestados à Colônia. (Fonte:
Moderna enciclopédia brasileira, página 125-126)
DOIS LIVROS QUE VOCÊ VAI AMAR DE LER. DEUS VAI ESTÁ SEMPRE COM VOCÊ!
MANUEL DE CARVALHO PAIS DE ANDRADE - precursor do regime
republicano
Revolucionário brasileiro (1785-1835). Nascido no Recife,
PE, estudou em Portugal. Dedicando-se ao comércio em sua cidade natal,
empolgou-se com os ideais de liberdade, filiando-se à maçonaria e juntando-se
aos liberais que fariam eclodir a chamada Revolução Pernambuco em 1817, visando
a implantação da República. Malogrado o movimento, conseguiu evadir-se para os
Estados Unidos, regressando ao Brasil em 1820, já então anistiado. Membro da
Junta Governativa de Pernambuco em 1823, no ano seguinte envolveu-se na
Revolução de 1824 (que teria como conseqüência a Confederação do Equador,
revolta separatista de cunho republicano). De novo fugiu, embarcando para a
Inglaterra de onde voltou após a abdicação de D. Pedro I, em 1831. Foi ainda
senador pela Paraíba do Norte e presidente da província de Pernambuco, vindo a
falecer no Rio de Janeiro. (Fonte: Moderna enciclopédia brasileira, pg 469)
MARIA QUITÉRIA (1792-1853)
Nascida em São José das Itapororocas, na Bahia, ficou órfã
de mãe aos 9 anos e assumiu o comando da casa. Na juventude, montava, caçava,
manejava armas de fogo e dançava lundus com os escravos. Em 1822, vestida com a
farda do tio, alistou-se nas tropas que lutavam pela causa da independência do
Brasil. Adotou o nome do cunhado, soldado Medeiros e ingressou no Regimento de
Artilharia. Mais tarde, foi transferida para o Batalhão dos Periquitos. No
combate de Pituba, em fevereiro de 1823, destacou-se por ter feito
prisioneiros. Depois da entrada do Exército Libertador em Salvador, foi
condecorada no Rio de Janeiro com a insígnia de Cavaleiro da Imperial Ordem do
Cruzeiro pelo Imperador, dom Pedro I. Retornou à fazenda Serra da Agulha, onde
foi aclamada como heroína pela família e pela população local. Casou-se com o
lavrador Gabriel Pereira de Brito e teve ma única filha, Luísa da Conceição.
Morreu em Salvador, onde vivia de seu soldo de alferes, já quase cega. (Texto
de Mary Del Priore, Revista Veja, 28/12/2011, página 238)
DOIS LIVROS QUE VOCÊ VAI AMAR DE LER. DEUS VAI ESTÁ SEMPRE COM VOCÊ!
MARIANO PROCÓPIO FERREIRA LAGE, pioneiro do sistema
rodoviário do Brasil
Industrial e político brasileiro (1821-1872), nasceu em
Barbacena, MG, foi o pioneiro do sistema rodoviário brasileiro: construiu a
primeira estrada pavimentada do país, chamada União e Indústria, ligando Juiz
de Fora a Petrópolis, numa extensão de 144 km, iniciada em 1856 foi concluida
em 23/6/1861. As chamadas diligências fizeram o percurso em 9 horas levando a
bordo a comitiva imperial. Membro da Assembléia Geral do Império, distinguiu-se
depois por seus trabalhos de incentivo à imigração. Em suas homenagem deram seu
nome a uma cidade de Minas Gerais e sua casa em Juiz de Fora foi adquirida
pelos poderes públicos que a transformaram, com os objetos de arte nela
existentes, no museu Mariano Procópio. (Fonte: Moderna enciclopédia brasileira,
pg 513)
MARQUES DE BARBACENA
(1772-1842) – Introdutor da vacina no Brasil
Nome por que ficou conhecido Felisberto Caldeira Brant
Pontes, senador do Império do Brasil. Nasceu em Mariana, MG, cursou a Academia
Militar de Lisboa. Em 1816 distinguiu-se no comando de forças que repeliram a
ocupação da Banda Oriental do Uruguai e em 1822 foi enviado a Londres para
tratar do reconhecimento da Independência do Brasil pelo Governo inglês. Era
senador por Alagoas quando viajou para a Europa, como tutor de D. Maria da
Glória, filha de D. Pedro I que governou Portugal com o nome de D. Maria II.
Intermediário nos negócios relativos ao segundo casamento de D. Pedro I, com a
Princesa D. Amélia. Em 1829 ocupou a pasta da Fazenda, criando-se durante o seu
ministério, o Banco Nacional e promulgou-se o Código Criminal. Introduziu no
Brasil a vacina e a máquina a vapor para moer cana. Em 1789 fez construir o
primeiro barco a vapor brasileiro. (Fonte: Moderna enciclopédia brasileira,
página 110-111)
MARTIM FRANCISCO RIBEIRO DE ANDRADA E SILVA (1775-1844) -
ardoroso defensor da coroação antecipada de D. Pedro II
Político brasileiro, nascido em Santos, SP, bacharelou-se em
Ciências Matemáticas e Naturais pela Universidade de Coimbra. Ministro da
Fazenda em 1822 e deputado por São Paulo à Assembléia Constituinte de 1823,
Dissolvida esta Assembléia por D. Pedro I, foi preso e deportado para a França
em companhia dos dois irmãos, José Bonifácio e Antonio Carlos. Regressou ao
Brasil em 1828. Deputado por Minas Gerais em 1830, participou ativamente do
golpe de Estado que elevou ao trono D. Pedro II (23/7/1840). Ministro da
Fazenda no primeiro ministério do Segundo Reinado, em 1841, deixou este cargo para
integrar a Assembléia Provincial de São Paulo. (Fonte: Moderna enciclopédia
brasileira, página 61)
DOIS LIVROS QUE VOCÊ VAI AMAR DE LER. DEUS VAI ESTÁ SEMPRE COM VOCÊ!
MARTINS SOARES MORENO
- o amado de Iracema, fundador de Fortaleza, CE
Colonizador português do século XVII, conquistador do Ceará.
Participou em 1603 da expedição colonizadora de Pero Coelho de Souza, quando
aprendeu a língua dos indígenas e ligou-se depois por grande amizade ao chefe
pitiguar Jacaúna, que o tratava por "meu filho". Nu e pintado como os
seus amigos índios, teve amores com a índia Iracema (tema do célebre romance
homônimo de José de Alencar). Em 1611 levou ao Governador- Geral D. Diogo de
Menezes o seu primeiro filho nascido no Ceará, convencendo-o a iniciar o
povoamento daquela região. As expensas do governador, organizou então uma expedição
composta de 10 homens e um sacerdote, fundando na embocadura do Rio Ceará o
Forte de São Sebastião, origem da atual cidade de Fortaleza. Titular da
Capitania Real do Ceará em 1621, distinguiu-se depois em 1630 nas lutas contra
os invasores holandeses de Pernambuco. (Fonte: Moderna enciclopédia brasileira,
pg 422)
MATIAS DE ALBUQUERQUE 9/ -1647) – Herói das guerras contra o
invasor holandês
Patriota brasileiro, nascido em Olinda, PE, em data
desconhecida, morto em Lisboa em 1647. Foi grande soldado na luta contra os
holandeses que se estabeleceram no Brasil a partir de 1624. Os holandeses
aportaram na Bahia, prenderam o governador do Brasil e o remeteram para a
Holanda. Designado para substituí-lo, Matias de Albuquerque organizou a
resistência. Em 1626 deixou a governadoria e foi à Europa, de onde trouxe
reforços. Apesar disso, os holandeses venciam e em 1630 dominavam também Olinda
e o Recife. Matias de Albuquerque fundou então o Arraial do Bom Jesus, de onde
por mais de cinco anos chefiou a guerrilha contra o invasor holandês. Vitima de
intrigas, foi chamado a Lisboa e lá esteve preso até 1640, quando Portugal se
libertou do domínio espanhol. Em 1644 ele venceu a batalha de Montijo, contra a
Espanha, e foi eleito Conde de Alegrete pelo Rei João IV. Fonte: Moderna
enciclopédia brasileira, página 41)
MAURÍCIO DE NASSAU (1604-1679)
João Maurício de Nassau Siegen, alemão, governou por quase
oito anos o chamado Brasil holandês, região nordeste conquistada em 1637.
Representante da Companhia das Índias Ocidentais, conseguiu, durante certo
período, conciliar os interesses econômicos desta e dos senhores de engenho
locais. Trouxe para o país pintores, naturalistas e cientistas, transformando o
Recife numa cidade cosmopolita e plural, habitada por portugueses, espanhóis,
holandeses e ingleses. Nassau garantiu também a liberdade de culto para
protestantes, católicos e, com certos limites, para os judeus de diferentes
partes da Europa, onde a intolerância religiosa era política de estado.
Mantendo-se fiel à tradição holandesa, Maurício de Nassau introduziu no Brasil
a política de livre-comércio que impulsionou a produção de açúcar. Em 1654, os
portugueses retomaram o controle sobre a região e reinstalaram o pacto
colonial, que seria retirado completamente apenas em 1808. Só a partir daí o
Brasil pôde começar uma trajetória própria de modernização e desenvolvimento.
(Texto de Marco Antonio Vila, Revista Veja, 28/12/2011, página 232)
DOIS LIVROS QUE VOCÊ VAI AMAR DE LER. DEUS VAI ESTÁ SEMPRE COM VOCÊ!
MIGUEL REALE
(1910-2006)
Paulista, nascido em 1910, faleceu aos 95 anos. Profesor da
Faculdade de Direito da USP, foi seu reitor por duas vezes. “Numa universidade,
nunca se deveria olvidar que as janelas do espírito se abrem por dentro”, disse
ele. Autor de uma filosofia original do direito, chamada teoria tridimensional,
ganhou fama no Brasil e no exterior. Sua grande contribuição legislativa ao
país foi o novo Código Civil, cuja comissão codificadora presidiu. Deixou nele a
marca do que chamava “diretriz de concreção”: na interpretação jurídica, não se
vê a norma como um texto ou mero ato por exemplo, um contrato não é só um
conjunto de cláusulas ou um acordo entre partes, mas uma peça marcada por
grandes eixos a ser concretizados pelo intérprete: a liberdade dos sujeitos, a
confiança mútua que a assegura, a utilidade social que a legitima. Essa era a
diretriz que se tornou fundamental para o novo Código Civil e é válida até os
dias de hoje. (Texto de Tércio Sampaio Ferraz, Revista Veja, 28/12/2011, página
249)
OROZIMBO NONATO (1891-1974)
Mineiro de Sabará, Orozimbo Nonato passou por quase todas as
carreiras jurídicas, chegando ao Supremo Tribunal Federal, em 1941, pelas mãos
de Getúlio Vargas. Nonato pode ser legitimamente considerado o maior defensor
da doutrina de autocontenção judicial na história do STF. Para ele, a função
essencial de juízes, inclusive de uma corte suprema, é aplicar fielmente a lei
e não questionar a sua validade ou qualidade.Exemplo dessa doutrina pode ser
encontrado num dos mais polêmicos casos julgados por Nonato: o impeachment do
vice-presidente Café Filho. Impedido de assumir o Catete por decisão do
Congresso, após o suicídio de Getúlio, Café Filho recorreu ao Supremo, que se
negou a apreciar o caso por entender que o impeachment é um ato político.
Nonato acreditava que os juízes deveriam essencialmente se abster de fazer
juízos políticos, da alçada do Executivo e do Legislativo. Por terem seus
membros eleitos, esses poderes podem ter seu posicionamento cobrado pela
população. A isenção política (ou a falta dela) é tema de intensa discussão
atualmente no STF. Nonato também era conhecido pela delicadeza de trato no
tribunal, hoje tão em baixa entre alguns ministros. (Texto de Oscar Vilhena
Vieira, Revista Veja, 28/12/2011, página 245)
DOIS LIVROS QUE VOCÊ VAI AMAR DE LER. DEUS VAI ESTÁ SEMPRE COM VOCÊ!
OSWALDO ARANHA
(1894-1960)
“Sou mais um homem de ação do que de ideação”, definiu-se
certa vez Oswaldo Aranha. É verdade, com uma condição: sua ação subordinou-se a
linhas invariáveis de coerência ideológica. O gaúcho Aranha acompanhou Getúlio
Vargas desde os tempos do castilhismo, quando ambos pertenceram à corrente de
Borges de Medeiros até o trágico agosto de 1954, distanciando-se brevemente
apenas na hora do golpe do Estado Novo. Nomeado embaixador em Washington em 1934,
ele encontrou no pan-americanismo uma idéia-força, à qual devotou sua notável
ação diplomática. A partir de 1938, como ministro das Relações Exteriores,
derrotou a facção germanófila instalada no governo e nas Forças Armadas,
articulando a ruptura com o Eixo. Seu legado foi a reconstrução da parceria
brasileira com os Estados Unidos, uma obra original do barão do Rio Branco que
se coagulou como um eixo estrutural de nossa política externa. (Texto de
Demétrio Magnoli, Revista Veja, 28/12/2011, página 245). Oswaldo Aranha foi
Presidente da II Assembléia Geral da ONU (1947) um dos responsáveis pela
criação do Estado de Israel. Político brasileiro, nasceu em Alegrete, RS, de
que foi prefeito em 1925. Deputado federal em 1927 e secretário do Interior do
Estado em 1928, em 1930 recebeu o Ministério da Justiça do Presidente Getulio
Vargas, de quem era íntimo amigo. Ministro da Fazenda no ano seguinte. Em 1934
foi nomeado embaixador do Brasil nos Estados Unidos, tendo participado das
Nações Unidas, que chegou a presidir. Ministro das Relações Exteriores de 1938
a 1944, soube preparar o espírito dos brasileiros para a entrada do Brasil na
Segunda Guerra Mundial, ao lado dos Aliados. No governo do Marechal Eurico
Gaspar Dutra chefiou a delegação brasileira à II Assembléia Geral da ONU (foi
em 1947 que ocupou a presidência da ONU, tendo sido um dos mais importantes
responsáveis pela criação do Estado de Israel). Outra vez ministro da Fazenda
no segundo governo de Getulio Vargas (1951), deixou o cargo e a política com o
suicídio de Vargas, em 1954. (Fonte: Moderna enciclopédia brasileira, página
70-71)
OSWALDO CRUZ
(1872-1917)
Há pouco mais de 100 anos, nas cidades brasileiras reinavam
doenças como a peste bubônica, associada aos ratos, a febre amarela, propagada
por vírus transmitido por mosquito, e a varíola, disseminada por contato
humano. Coube a Oswaldo Cruz liderar a ação coletiva para reduzir as condições
de reprodução de ratos e mosquitos, além de instituir a vacinação obrigatória
contra a varíola. Essas ações combinavam com a proposta de reurbanização da
capital pelo presidente Rodrigues Alves, que desalojou muitos moradores da
região central da cidade. A reação popular em 1904 durou dias e foi,
incorretamente, chamada de “Revolta da Vacina”, pois tinha como motivação
principal a remoção de casas. Nos anos seguintes, com a diminuição drástica no
número de casos dessas doenças, Oswaldo Cruz teve seu trabalho reconhecido. Ele
foi um dos primeiros a defender a urbanização como forma de redução das
endemias no Brasil, conceito hoje lógico, mas que exigiu bastante coragem para
ser implantado. (Texto de Pedro Lotufo, Revista Veja, 28/1’2/2011, página 252)
DOIS LIVROS QUE VOCÊ VAI AMAR DE LER. DEUS VAI ESTÁ SEMPRE COM VOCÊ!
PADRE MANUEL DA NÓBREGA (1517-1570)
O padre português Manuel da Nóbrega chegou ao Brasil em 1549
com o primeiro governador-geral, Tomé de Sousa. Hábil organizador, foi o líder
da Companhia de Jesus no Brasil. Em suas missões, percorreu durante anos o
litoral entre São Vicente e Salvador e fundou o colégio de Piratininga, futura
cidade de São Paulo. Numa terra sem leis claras e onde a presença do estado era
mínima, não temeu em defender a liberdade dos indígenas. O padre Manuel da
Nóbrega sempre enfatizou a necessidade de evangelização dos nativos, pois
acreditava que, assim como os europeus, os índios tinham alma, que poderia ser
salva pelo catolicismo. Isso permitia igualar conquistadores e conquistados, o
que não agradava aos portugueses nem aos espanhóis. O padre enfrentou as
autoridades coloniais que apoiavam a escravização dos indígenas e batizou
milhares deles. Apesar de os jesuítas não reconhecerem o direito dos nativos de
não aceitar os valores cristãos, o padre Manuel da Nóbrega introduziu no país a
noção do índio como ser humano, essencial para a posterior inclusão deste como
cidadão. (Texto de Marco Antonio Vila, Revista Veja, 28/12/2011, página 233)
PRINCESA ISABEL (1846-1921)
A princesa Isabel nasceu em 1846, época em que o Império
começa a se consolidar, após o turbilhão de revoltas separatistas das duas
décadas anteriores. No livro Princesa Isabel do Brasil: Gênero e Poder no
Século XIX, Roderick J. Barman revelou o engajamento político da personagem.
Entre 1871 e 1889, devido à ausência de dom Pedro II, em viagem no exterior, a
princesa governou o país por três vezes. Ao todo, essas regências somam três
anos e meio – quase o equivalente a um mandato presidencial atual. Sob o
governo da princesa Isabel, em 1888, foi abolida a escravidão no Brasil. A
medida de um sopro de popularidade à monarquia, mas não foi suficiente para
impedir a proclamação da República no ano seguinte. A princesa morreu na
França, em 1921. Dilma Rousseff, portanto, é a segunda mulher a governar o
Brasil. (Texto de Renato Venancio, Revista Veja, 28/12/2011, página 250)
DOIS LIVROS QUE VOCÊ VAI AMAR DE LER. DEUS VAI ESTÁ SEMPRE COM VOCÊ!
PRUDENTE DE MORAIS (1841-1902)
O paulista Prudente José de Morais E Barros foi um
republicano histórico, passando pelos cargos de deputado, senador, governador e
presidente (1894-1898). Assumiu o governo após duas presidências militares e em
meio à intensa polarização política, representada pela Revolta da Armada
(1893-1894) e pela Revolução Federalista (1893-1895). Para iniciar o processo
da pacificação do país, Prudente de Morais concedeu anistia aos participantes
dessas rebeliões, inclusive para acusados de graves crimes de violação dos
direitos humanos. Durante seu governo, prezou o respeito à Constituição e ao
Supremo Tribunal Federal, diversamente do seu antecessor, Floriano Peixoto. Em
novembro de 1897 sofreu um atentado que resultou na morte de seu ministro da
Guerra, que havia saído em sua defesa. Mesmo assim evitou perseguições e optou
por processar os conspiradores dentro da lei. Prudente de Morais foi o primeiro
governante a introduzir a anistia em sua gestão, um importante recurso que,
após o término da ditadura militar, mostrou sua importância na reestruturação
de uma nação democrática. (Te3xto de Marco Antonio Villa, Revista Veja,
28/12/2011, página 244)
QUINTINO BOCAIÚVA (1836-1912) – Príncipe dos jornalistas
brasileiros
Jornalista e político brasileiro, Antonio Ferreira de Souza
Quintino Bocaiúva nasceu em Itaguaí, RJ, foi tipógrafo, revisor e estudante de
Direito na Faculdade de São Paulo (não concluiu o curso por falta de recursos).
Em 1870, juntamente com Saldanha Marinho e outros, fundou o Partido Republicano
em cujo jornal, A República, publicou o Manifesto que serviria de base para
toda a campanha contra a monarquia. Redator dos primeiros decretos da Republica
proclamada a 15/11/1889, em 1890 seguiu para a Argentina, no cargo de ministro
das Relações Exteriores. Senador pelo Rio de Janeiro na ocasião do golpe de
Estado do Marechal Deodoro, foi preso como conspirador; outra vez senador em
1892 e presidente do Estado do Rio de Janeiro de 1901 a 1903, anos depois
voltou ao Senado. Autor de vários trabalhos políticos, estudos críticos e peças
teatrais, foi fundador de O Globo, diretor de O País, foi cognominado por
Ferreira de Araújo o Príncipe dos Jornalistas Brasileiros. (Fonte: Moderna
enciclopédia brasileira, página 125)
RAMOS DE AZEVEDO (1851-1928)
Nascido em São Paulo, em 8 de dezembro de 1851, e
descendente de tradicional família de Campinas, ele iniciou na cidade o
exercício de sua profissão de engenheiro-arquiteto. Lá também se uniu a um
atuante grupo de republicanos que se opunha, sobretudo, à posição da monarquia
de negar a participação do povo nas determinações políticas. Sua vida
profissional, especialmente depois que amadureceu na capital paulista, teve
dois eixos que se cruzaram: o de engenheiro, em que culminou como diretor da
Escola Politécnica, e o de político republicano, em que se elegeu senador
estadual em 1904. Ramos de Azevedo permaneceu no Legislativo por apenas um ano
e meio, por sentir que sua função era eticamente incompatível com sua atividade
de projeto e construção de prédios públicos, mas não abandonou a política. Em
1917, aliando-se a velhos amigos republicanos, filiou-se à Liga Nacional de São
Paulo, que pugnava por ideais nacionalistas e democráticos, tendo por princípio
inarredável da democracia o voto secreto obrigatório. (Texto de Sergio Resende
de Barros, Revista Veja, 28/12/2011, página 239)
ROBERTO DE OLIVEIRA CAMPOS (11917-2001)
Economista e diplomata, Roberto Campos se opunha ao que
chamava de “nacionalismo temperamental” e “estatismo paternalista
pseudossocial”. Para ele, era por causa desses aspectos que a sociedade e a
economia brasileiras tiveram sua “modernização abortada”. Roberto Campos propunha um “nacionalismo de meios”, capaz de
contemplar o papel do investimento estrangeiro no processo de crescimento,
acompanhado da ênfase em critérios de racionalidade e eficiência no setor
público. A partir da década de 70, Campos questionou progressivamente o
protecionismo comercial e a habilidade do estado planejador e centralizador,
defendendo o sistema de mercado como instrumento essencial de alocação de
investimentos e de desenvolvimento numa economia internacionalmente aberta. Seu
argumento sobre a relação positiva entre crescimento e grau de abertura da
economia foi provavelmente o aspecto mais duradouro de sua contribuição. (Texto
de Mauro Boianovsky, Revista Veja, 28/12/2011, página 251)
RODOLFO TEÓFILO (1853-1932)
A varíola era uma doença que a cada epidemia causava muitas
mortes em todo o mundo. A solução surgiu em 1796, com a vacina criada por
Edward Jenner na Inglaterra. A vacinação foi iniciada no Brasil em escravos nas cidades litorâneas já em
1804, como medida de cunho econômico. Mas, 100 anos depois, o benefício da
imunização ainda era negado aos cidadãos em geral. Se, no Rio de Janeiro,
Oswaldo Cruz iniciava a vacinação em massa com o apoio do governo federal, no
Ceará, ela era boicotada pelo governador. Rodolfo Teófilo, escritor e
farmacêutico, decidiu em 1905 produzir e aplicar a vacina em todo o estado
utilizando recursos próprios e o engajamento de voluntários. (Texto de Paulo
Lotufo, Revista Veja, 28/12/2011, página 241)
RUI BARBOSA (1849-1923) – a Águia de Haia
Na política, a palavra persuasiva é uma força mais perene
que a brutalidade, como atesta a trajetória de Rui Barbosa, “o maior coco da
Bahia”, segundo a definição de uma caricatura de Vieira da Cunha, publicada em
1919. Abolicionista, republicano e federalista, frustrado quatro vezes em
aventuras eleitorais, mas sempre aclamado como herói nacional, Rui alçou seu
vôo de águia na Conferência de Paz de Haia de 1907. Representando o Brasil,
rejeitou um tribunal de arbitragem controlado pelas grandes potências,
conferindo forma prática ao conceito da igualdade jurídica das nações. O seu
argumento de que a força não deveria ser consagrada como intérprete legitima do
Direito, triunfaria definitivamente apenas com a criação da Corte Internacional
de Justiça de Haia, em 1946, depois de duas guerras mundiais. Hoje, a igualdade
jurídica das nações corporifica-se na Assembléia Geral da ONU. (Texto de
Demétrio Magnoli, Revista Veja, 28/12/2011, página 239) Jurisconsulto,
escritor, parlamentar, estadista. Formou-se pela Faculdade de Direito de São
Paulo, em 1870. Era ainda estudante quando iniciou suas atividades de
jornalista, redigindo artigos em prol da Abolição em O Radical Paulistano e
depois de formado foi redator do Diário da Bahia. Deputado pela Bahia de 1878 a
1884 foi um dos mais ardorosos defensores do sufrágio direto (aprovado em
1880), das reformas do ensino e sobretudo da libertação dos escravos, tendo
sido o redator do projeto que entre outras coisas, propunha a libertação
incondicional dos sexagenários. Conselheiro do Império por designação de D.
Pedro II, foi diretor do Diário de Notícias em 1889; ministro da Fazenda do
primeiro governo provisório da República do qual também foi vice-chefe
(salientou-se então na elaboração de várias medidas importantes, entre as quais
a declaração de liberdade para todos os cultos religiosos e a separação da
Igreja do Estado com o que se regulamentou o registro e o casamento civil);
revisor do Projeto da Constituição de 1891; senador em 1890; encarregado de
elaborar o parecer sobre o Projeto do Código Civil Brasileiro; foi diretor do
Jornal do Brasil em 1893 (desenvolveu na época intensa oposição ao governo de
Floriano Peixoto: implicado na Revolta da Armada, exilou-se em Buenos Aires e
depois em Londres; foi então correspondente do Jornal do Comércio, em que
publicou as célebres Cartas de Inglaterra. Regressou ao Brasil em 1895. Em 1907
chefiou a delegação do Brasil à Segunda Conferência da Paz, em Haia onde
granjeou fama universal, tendo sido cognominado Águia de Haia. Foi candidato à
presidência da República em 1910 e em 1919. Membro e presidente da Academia
Brasileira de Letras, publicou inúmeras memórias jurídicas, políticas e sociais.
Morreu em Petrópolis, RJ. O dia do seu nascimento, 5 de Novembro é consagrado
como Dia da Cultura Nacional. (Fonte: Moderna enciclopédia brasileira, página
111-112-113)
DOIS LIVROS QUE VOCÊ VAI AMAR DE LER. DEUS VAI ESTÁ SEMPRE COM VOCÊ!
SAN TIAGO DANTAS (1911-1964)
Reforma social – eis o nome da obsessão que conduziu San
Tiago Dantas por toda a vida, desde a adesão ao integralismo, em 1932, até a
formulação da Política Externa Independente (PEI), em 1961. Nessa trajetória, o
nacionalismo é o componente perene, que foi temperado pela conversão ao
princípio da democracia. A conversão deve ser qualificada: a “sobrevivência da
liberdade”, para Dantas, “depende de nossa capacidade de estendermos a todo o
povo os benefícios hoje reservados a uma classe dominante”. A PEI foi um ensaio
de aplicação desse conceito à política externa. Nas relações internacionais, o
Brasil buscaria agregar instrumentos para a superação do subdesenvolvimento. O
comércio multilateral, sem fronteiras ideológicas, figurava como um enunciado
básico da nova doutrina. Quase tudo mais envelheceu. Não isso, um princípio da
Organização Mundial do Comércio e um parâmetro intocável da política externa
brasileira. (Texto de Demétrio Magnoli, Revista Veja, 28/12/2011, página 249)
SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA (1902-1982)
Nascido em São Paulo, Sérgio Buarque de Holanda é um dos
maiores historiadores brasileiros, Raízes do Brasil (1936), seu livro
inaugural, é um dos principais ensaios de nossa bibliografia, sobretudo pela
crítica à herança ibérica na formação da cultura nacional. Um desses legados é
a confusão entre a esfera pública e os interesses privados, que deu origem à
prática do apadrinhamento. O apego às relações pessoais, em detrimento das
regras institucionais, desde cedo rotinizou a manipulação dos cargos públicos
segundo as conveniências dos donos do poder. Parentes, amigos e servidores
leais sempre tiveram a preferência nas indicações, tornando a função pública um
instrumento de negociação particular. Esse arcaísmo português foi o responsável
pela formação de vastas redes clientelares
máquina estatal. Trata-se de um costume gerado no período colonial que
atravessou o Império e a República, em suas variadas fases. Até hoje permanece
como traço marcante na vida política brasileira, seja no sentido tradicional,
seja em variantes como o nepotismo ou o aparelhamento das instâncias de
governo. (Texto de Ronaldo Vainfas, Revista Veja, 28/12/2011, página 249)
TEIXEIRA LOTT (1894-1984)
O marechal Henrique Duflles Teixeira Lott foi ministro da
Guerra no governo de Juscelino Kubitschek. Mineiro, tinha forte sentimento de
dever e honra e afirmava fazer tudo pela pátria, pela lei e pela ordem.
Legalista até o fundo da alma pregava a obediência estrita aos comandos
constitucionais e o respeito às instituições republicanas. Lott queria as
Forças Armadas longe da vida política. Em 1955, evitou golpe militar, em
conjunto com a UDN, que pretendia impedir a posse de Juscelino. Também se opôs
ao golpe e à ditadura militar de 1964, mantendo-se fiel ao princípio de que as
Forças Armadas devem defender a legalidade. Em 1985, os militares voltaram aos
quartéis e o Brasil, à democracia. Os princípios defendidos por Lott continuam
essenciais ao estado de direito. (Texto de Ronaldo Costa Couto, Revista Veja,
28/12/2011, página 247)
TRISTÃO GONÇALVES PEREIRA DE ALENCAR ARARPE (1790-1825), um
dos mártires do regime republicano
Patriota brasileiro nascido em Barbalha, CE, era irmão do
romancista José de Alencar, com o qual foi preso quando do malogro da Revolução
Pernambucana de 1817. Posto em liberdade em 1821, continuou a lutar pela
Independência. Em 1823 participou da chamada Guerra da Independência
(movimentos militares contras as forças portuguesas remanescentes em todo o
território nacional) e em 1824 aderiu à revolução republicana conhecida
por Com federação do Equador: no comando
das forças independentes rumou para o sul; contudo, ante à superioridade das
milícias imperiais comandadas pelo Almirante Lorde Cochrane, teve de fugir:
vestido à paisana, quis atravessar o Rio Jaguaribe, em Santa Rosa, para
despedir-se da mulher e dos filhos, mas caiu ferido por disparos da patrulha
comandada pelo Major Leão da Cunha, que o matou com um golpe de espada. (Fonte:
Moderna enciclopédia brasileira, página 72)
DOIS LIVROS QUE VOCÊ VAI AMAR DE LER. DEUS VAI ESTÁ SEMPRE COM VOCÊ!
TIRADENTES 1965
Desde 1965, aos 21 dias do mês de abril, celebra-se no
Brasil o Dia de Tiradentes e, junto à pessoa deste, rememoram-se também os
acontecimentos que configuraram a Inconfidência Mineira.
Antes de 1822, o Brasil não era considerado um país
independente. Era apenas um território que pertencia a Portugal. Sendo assim,
tudo que era produzido pela colônia, como era chamado, tinha que ser enviado
para lá. Os impostos pagos pela população do Brasil pelos produtos consumidos
eram muito altos. Com isso, o povo vivia oprimido. Nesse contexto, nasceu
Joaquim José da Silva Xavier, em São João Del Rei, em Minas Gerais, no ano de
1746.
Ele desempenhou várias funções como tropeiro, minerador, fez
parte do regimento militar dos Dragões de Minas Gerais e até dentista ele foi,
profissão esta que lhe rendeu o nome de Tiradentes.
VICTOR NUNES LEAL (1914-1985)
Mineiro de Carangola, Victor Nunes Leal chegou ao Supremo
Tribunal Federal em 1960, após ter passado por outros cargos públicos durante o
governo Juscelino Kubtscheck. Entre suas contribuições estão a sistematização e
a racionalização das decisões do STF. O objetivo do jusrista era criar padrões
mais elaborados de trabalho e ampliar a transparência do Tribunal. Leal legou
ainda sentenças históricas em defesa da liberdade e da democracia, antes de ser
forçado a se aposentar pelo AI-5, além de ter escrito um livro clássico sobre
nosso sistema político: Coronelismo, Enxada e Voto, de 1948. Nessa obra, Leal
critica a política de troca de favores entre chefes locais e os governos
estaduais e federal. Esse modelo baseado no nepotismo, na compra de apoios
entre parlamentares e no voto de cabresto continua presente na política
nacional. (Texto de Oscar Vilhena Vieira, Revista Veja, 28/12/2011, página 251)
VISCONDE DE CAIRU (1756-1835)
José da Silva Lisboa, o visconde de Cairu, foi jurista e
homem público. Participou da Assembléia Constituinte de 1823 e do Senado, entre
1826 e 1835, defendendo sempre a unidade política do império, a liberdade de
comércio e o interesse público. Nos primórdios do estado constitucional
brasileiro, não era raro o uso da política para a defesa de interesses
privados. Em várias ocasiões, Cairu criticou essa prática e, tanto na imprensa
como no Parlamento, defendeu a virtude cívica e a ética como qualidades
imprescindíveis aos governantes. O compromisso com a ética por parte do homem
público permanece vital nas sociedades democráticas contemporâneas. (Texto de
Tereza Cristina Kirschner, Revista Veja, 28/12/2011, página 233)
DOIS LIVROS QUE VOCÊ VAI AMAR DE LER. DEUS VAI ESTÁ SEMPRE COM VOCÊ!
VISCONDE DE MAUÁ (1813-1889)
Nascido em Jaguarão, no Rio Grande do Sul, e membro de
família modesta, Irineu Evangelista de Souza foi alfabetizado, em São Paulo,
por um tio. Aos 11 anos, seguiu para o Rio de Janeiro, onde se empregou como
caixeiro, em loja que vendia de produtos agrícolas a escravos. Mudou de
emprego, aprendeu contabilidade e inglês e, após uma viagem à Inglaterra,
decidiu tornar-se industrial, adaptando os avanços tecnológicos que viu por lá.
Deu início à indústria naval com a Fundição e Estaleiro Ponta de Areia, com
mais de 1.000 empregados. Com eles dividia, pioneiramente, os lucros da
empresa. A estratégia de motivação e de valorização do mérito funcionava. Aos
40 anos, já era homem rico. Controlava dezessete empresas, operando em seus
países. Visionário, tomou a iniciativa de inaugurar a iluminação a gás na
capital, o cabo telegráfico submarino que ligava o Brasil à Europa e diversas
ferrovias. Abolicionista convicto, esbarrou no conservadorismo das elites
políticas e econômicas e em dificuldades financeiras que o levaram a falir em
1875. (Texto de Mary Del Priore, Revista Veja, 28/12/2011, página 242)
VITAL BRAZIL
(1865-1950)
A educação básica obrigatória já era realidade na Europa e
na Argentina no século XIX. NO Brasil do início do século XX, poucos defendiam
a educação universal como solução para o desenvolvimento e a consolidação de
ideais cívicos e republicanos. Acreditava-se que o povo brasileiro teria uma
“deformação étnica”, impeditivo maior de progresso social. O médico e
sanitarista Vital Brazil se formara com dificuldade e acreditava na força
transformadora da ciência e da educação. Ele reproduziu no Brasil o tratamento
contra a peste bubônica e desenvolveu uma grande quantidade de soros para
vítimas de acidentes com cobras, aranhas e escorpiões. Fundou o renomado
Instituto Butantan, de São Paulo, onde criou, na década de 10, uma escola para
os filhos de funcionários e o primeiro curso de alfabetização para adultos do
país. Apenas muito tempo depois da iniciativa de Vital Brazil, outras
instituições passaram a se preocupar com a educação de seus empregados. (Texto
de Paulo Lobufo, Revista Veja, 28/12/2011, página 241)
Fonte: www.editora-opcao.com.br
DOIS LIVROS QUE VOCÊ VAI AMAR DE LER. DEUS VAI ESTÁ SEMPRE COM VOCÊ!
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