A politicalha está solta e os empresários presos


O executivo Benedicto Barbosa da Silva Júnior, ex-presidente da Construtora Norberto Odebrecht e principal braço do setor de infraestrutura do grupo, confessou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que repassou R$ 17 milhões em propinas, entre 2012 e 2013, ao PT no contrato de construção de 5 submarinos – um deles movido à energia nuclear – para a Marinha.
O negócio de R$ 31 bilhões foi fechado em parceria com a francesa DNSC, que tem como principal acionista o governo da França, em 2008.
O delator foi ouvido no dia 2 de março como testemunha da ação movida pelo PSDB, que pede a cassação da chapa presidencial Dilma Rousseff (PT), presidente, Michel Temer (PMDB), vice, de 2014.

“Ele (Marcelo Odebrecht) me alocou R$ 17 milhões ao longo da vida do submarino”, afirmou Benedicto, que é um dos 78 nomes da mega delação da Odebrecht, fechada com a Operação Lava Jato.

“Ficou uma deliberação para o Partidos dos Trabalhadores ao longo das suas necessidades. Foi feito como caixa 2, mas não era campanha.”



A grana era para que as liberações de dinheiro do governo federal no contrato de construção dos submarinos do Programa de Desenvolvimento de Submarino (Prosub) não parassem. O programa foi lançado no governo do ex-presidente Lula, que assinou a “parceria estratégica” com o então mandatário da França, Nicolas Sarkozy.

Alvo de investigação da Operação Lava Jato, o Prosub foi inicialmente orçado em 6,7 bilhões de euros. O pacote previa a construção de um estaleiro, localizado em Itaguaí, no Rio. Segundo a Marinha, o valor estimado até o final do programa é de cerca de R$ 31,85 bilhões.

Um dia antes de Benedicto depor ao ministro Herman Benajmin, relator da ação contra a chapa Dilma/Temer, foi Marcelo Odebrecht quem foi ouvido. O empresário afirmou que controlava uma “conta corrente” de valores a serem pagos para as campanhas presidenciais do PT (Dilma Rousseff) de 2010 e 2014.
Segundo Odebrecht, o grupo tinha acertado em 2014 um total de R$ 150 milhões a serem repassados oficialmente e via caixa 2 para a campanha presidencial do PT e PMDB.
Orçamento fictício
Benedicto era um dos principais homens do setor de infraestrutura da Odebrecht no Brasil. Ele disse ao TSEo seguinte:
“A gente tinha, no meu caso, uma aversão ao governo federal por uma questão óbvia. O governo federal nos obrigava a trabalhar com o OGU (Orçamento Geral da União). O OGU era uma peça de ficção científica, apesar de terem criado o PAC para tentar sistematizar os pagamentos, organizar os pagamentos e fazer uma coisa mais clara…”, explicou Benedicto, sobre os grandes projetos que a construtora tinha com o governo federal, a partir de 2013.
Fonte: juntospelobrasil.com