Prejuízo calculado por ministérios ultrapassa a conta de 2 milhões de reais - e ainda vai subir
Manifestantes que protestam contra as reformas e pela renúncia do presidente Michel Temer colocaram fogo no prédio do Ministério da Agricultura, em Brasília - 24/05/2017 (WILTON JUNIOR/Estadão Conteúdo)
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Ultrapassa a casa de
2 milhões de reais o prejuízo do governo federal com as depredações causadas
por black blocs e até furto de equipamentos na Esplanada dos Ministérios
durante uma manifestação contra o presidente Michel Temer, nesta quarta-feira.
Em alguns ministérios houve paralisação parcial de trabalhos nesta quinta-feira
para perícia e cancelamento de compromissos por causa dos danos.
VEJA enviou a todos os ministérios pedidos de informação
sobre casos de depredação e custos de reparo, mas nem todos responderam até a
última atualização desta reportagem. A soma parcial é de 2 250 746, 95 reais.
Depois de todos os prejuízos serem estimados, a Advocacia-Geral da União vai
ajuizar ação de cobrança para ressarcimento aos cofres públicos contra as
centrais sindicais que convocaram a manifestação.
Dos prejuízos informados até o momento, o maior foi no
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento: 1 105 057,90 reais. O
motivo foi o incêndio no salão de atos e na portaria privativa do ministro.
“Foram perdidos móveis, quadros com fotos de ex-ministros, quebrados vidros do
prédio, computadores e queimadas cortinas. O fogo, alimentado pelos tapumes de
madeira, foi controlado pela Brigada de Incêndio do ministério, pois os
bombeiros foram impedidos de chegar até as chamas. O local está sendo
periciado. Hoje estava programada reunião para o auditório do Conselho Nacional
de Política Agrícola (CNPA) e foi cancelada”, informou a assessoria de
imprensa.
O segundo maior foi no Ministério da Ciência, Tecnologia,
Inovações e Comunicações (MCTIC), que divide um prédio com o Ministério da
Integração Nacional. São 522.599,04 reais, conforme a assessoria de imprensa do
órgão: “A fachada do prédio foi danificada obrigando a substituição e a
colocação de 450m² de vidro. Houve um início de incêndio com a queima de
diversas mobílias e equipamentos da sala. Dezenas de computadores e equipamentos
eletrônicos foram furtados e danificados, bem como documentos. Também houve
avaria no posto de posto de atendimento do Banco do Brasil, que funciona no
saguão do edifício”.
O Ministério do Planejamento apresentou uma planilha com
custos estimados em 330 979,31 reais para recuperar janelas com película,
persianas, divisórias, mobiliário, ar-condicionado, computadores, forro,
pintura, elevador, espelhos e contêineres. O ministério não considerou nesta
conta bens de servidores que estavam nas salas depredadas, tampouco
equipamentos eletrônicos com possível dano interno.
No Ministério da Cultura, o prejuízo só será calculado
depois de concluída a perícia da Polícia Federal. O Ministério do Meio
Ambiente, que divide o mesmo edifício, estimou em cerca de 230 000 os custos de
reparo. O prédio foi apedrejado e incendiado, conforme mostram imagens obtidas
por VEJA.
O Ministério da Educação vai gastar 43.119,70 reais para
recuperar as vidraças e remover pichações.
No Ministério de Minas e Energia, que divide o edifício com
o Turismo, o prejuízo foi de 19 000 reais, em vidraças, persianas, computador,
condensador de ar e placas de sinalização.
O Ministério do Desenvolvimento e Indústria informou que
vidros de uma das portarias foram quebrados, mas não levantou o custo de
reposição. O Ministério da Fazenda afirmou que vidros das portarias de dois
blocos foram danificados, mas ainda não tinha estimativa do valor de reparo.
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