Categoria faz queixas sobre falta de negociação com o governo de Pernambuco sobre reivindicações trabalhistas. Secretaria Estadual de Saúde afirmou, em nota, que irá procurar meios de decretar a ilegalidade da paralisação.



ervidores da Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (Hemope) trabalham em esquema reduzido para reivindicar, ao governo do estado, reajuste salarial e atualização do Plano de Cargos e Carreira da categoria. O movimento, iniciado na quarta (3), segue por tempo indeterminado, segundo os funcionários. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) afirmou que vai solicitar à Procuradoria Geral do Estado a decretação de ilegalidade da paralisação e tomará “todas as medidas necessárias para a volta da normalidade dos trabalhos para que não haja prejuízo à população”.
“Faz 14 anos que estamos com o plano de carreiras parado. O último reajuste salarial, de 5%, aconteceu em 2014. O que estamos reivindicando é a negociação com o governo, porque já pedimos espaço na agenda para discutir a nossa pauta de reivindicações e não temos retorno”, reclama Jucelita Doudoux, presidente do Sindicato dos Servidores do Hemope.
Procurada pelo G1, a SES confirmou a diminuição de funcionários responsáveis pelo atendimento aos doadores. A secretaria ainda informou que, apesar da paralisação, serviços como consultas, internamentos, atendimentos ambulatorial e de emergência ocorrem normalmente.
De acordo com a SES, o hemocentro recebe, em média, 250 doações por mês, mas, em abril, o número de doadores caiu para 130. Essa redução, no entanto, não se deve à paralisação, mas a fatores que afetaram o fluxo, como os feriados, greve geral, vacinações, gripes por conta do período de chuvas e arboviroses. Apesar de reconhecer que o movimento afeta o setor de doações, já prejudicado pelo déficit constante de doadores, a presidente do sindicato afirma que essa foi a maneira encontrada pelos profissionais para tentar acelerar o processo de negociação com a Secretaria de Administração de Pernambuco.
“Sabemos que infelizmente isso prejudica, porque tínhamos somente 200 unidades de sangue O+ e os outros tipos sanguíneos estavam sem unidades, mas também é o único meio que temos para o governo nos escutar”, diz. De acordo com a SES, os estoques de A- e AB- estão estáveis, já os dos tipos sanguíneos B- e O+ estão em situação de alerta e os dos tipos A+, AB+, B+ e O- estão em situação considerada crítica.
Sobre as reivindicações dos profissionais, a pasta informou, por meio de nota, que foram realizadas “diversas reuniões com a categoria durante o ano de 2016, das quais resultaram ganhos remuneratórios de 20%”. Ainda de acordo com a SES, o percentual está acima da média de ganho dos demais servidores do estado.
Fonte: g1.globo.com/pernambuco/noticia