O presbítero Machado era dirigente de uma congregação da Assembleia de Deus e ligado à Convenção Estadual da denominação (CEADEPI). No culto de virada de ano, ele participou da celebração, orou e congratulou-se com os irmãos, e quando já estava em casa, foi ao banheiro e cometeu suicídio, por volta das 04h30.
De acordo com informações do portal JM Notícia, o presbítero – identificado apenas como Machado – tinha 60 anos de idade e estava sob liderança do pastor Edmilson Cruz, responsável pelo campo de Jardim Europa, onde sua congregação estava localizada. Essa referência teria sido confirmada pelo pastor da Assembleia de Deus Missões em Cocal dos Alves (PI), Odiel Lopes.
Outro pastor assembleiano, Daniel Fontinelle, presidente da Assembleia de Deus Missões em Barra da Alcântara (PI), revelou que o presbítero Machado exercia o pastoreio de pequenas congregações há décadas, era policial militar aposentado e se encontrava em uma profunda depressão.
“Era um grande homem de Deus, dedicado à obra do Senhor Jesus; pastoreou durante 30 anos igreja aqui no Piauí, mas, de repente, foi acometido por uma depressão profunda. Ele tinha entregado a igreja cerca de um mês atrás para realizar tratamento”, contextualizou.
Gatilho
A recorrência de casos de depressão seguidos de suicídio entre pastores foi analisada pela psicóloga Marisa Lobo como fruto de uma espécie de gatilho. Ressaltando que embora não se possa fazer um diagnóstico completo e preciso a essa altura a respeito dessa sequência de casos, é possível notar que a repercussão das mortes na mídia pode ter induzido outros sacerdotes que sofrem com depressão a apelarem para essa medida drástica a fim de aplacar o sofrimento.
“Tem um gatilho cerebral que é acionado dependendo da maneira como se aborda um tema na sociedade. Estupro, suicídio, pedofilia. Quanto mais se fala sobre violência, mais violência tem. Algo acontece, esse gatilho é acionado e algumas pessoas ao verem, se sentem motivadas a fazer essas coisas. Isso está acontecendo no caso do suicídio em cadeia, e isso é muito sério”, avaliou Marisa Lobo.
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